segunda-feira, 2 de maio de 2011

"A verdadeira historia sobre Terror em Amityville"

Dizem que toda casa tem seus segredos. Porém, nenhuma tem tantos quanto uma certa residência em Amityville, no Estado de Nova York, localizada no antigo número 112 da Ocean Avenue. A verdadeira tragédia e os supostos fenômenos que ocorreram nessa casa serviram de inspiração para diversos livros, filmes, programas de rádio, televisão e noticiários. Saiba mais sobre a "mais famosa casa assombrada dos Estados Unidos".
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de Amityville 112 Ocean AvenueUma cena terrívelNa noite do dia 13 de novembro de 1974, Ronald "Butch" DeFeo, de 24 anos, entrou freneticamente pela porta do Henry´s Bar, na pacata cidade de Amityville. Ao chegar no pequeno bar, Ronald disse que alguém havia baleado seus pais. Ele convenceu os frequentadores do estabelecimento a acompanhá-lo de volta a sua casa.
Ao chegarem no número 112 da Ocean Avenue, se depararam com uma cena terrível: seis pessoas mortas a tiros, de bruços e com as mãos na cabeça. As seis vítimas foram identificadas como a família de Ronald DeFeo:* sua mãe e seu pai, Ronald e Louise DeFeo;* seus irmãos, John, de 9 anos e Mark de 12;* suas irmãs, Allison, de 13 anos e Dawn de 18.
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de AmityvilleRonald DeFeo, no momento de sua acusaçãoApós ser interrogado durante horas pela polícia de Amityville, Ronald DeFeo mudou sua história inicial, afirmando que a Máfia estaria envolvida nos assassinatos, e por fim confessou ter matado sua família.
Em seu julgamento, DeFeo alegou que na noite dos crimes, ele teria ouvido vozes que o obrigaram a cometê-los. A certa altura do julgamento, declarou: "sempre que olhava ao meu redor, não via ninguém, então deve ter sido Deus que falava comigo". DeFeo foi condenado a seis penas de prisão perpétua consecutivas na Penitenciária Greenhaven, em Nova York. Sua liberdade condicional foi negada, em 1999.
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de AmityvilleReconstituição da cena dos crimes cometidos por DeFeo feita por Rip HollyO Terror...o terror...No dia 18 de dezembro de 1975, mais de um ano após os assassinatos da família DeFeo, o jovem casal George e Kathy Lutz mudou-se para a casa no número 112 da Ocean Avenue com seus filhos Daniel, de 9 anos, Christopher, de 7 e Missy, de 5. Depois de 28 dias, a família Lutz abandonou a casa, alegando que ela era assombrada.A primeira experiência anormal aconteceu quando o casal pediu ao padre e amigo da família, Frank Ralph Pecoraro para que benzesse a casa, enquanto eles realizavam a mudança.
Ao andar pela casa, o padre teria ouvido uma grave voz masculina que dizia: "Saiam daqui!". Após a visita, o padre percebeu que seu carro começara a apresentar problemas. O capô levantou-se abruptamente, estilhaçando seu pára-brisa, a porta do passageiro foi aberta, os limpadores de vidro começaram a funcionar sem que ninguém os tivesse acionado e, por fim, seu carro ficou atolado.
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de AmityvilleA faixada do número 112 da Ocean Avenue, antes dos assassinatos (do arquivo pessoal de Geraldine DeFeo)Tempos depois, acontecimentos paranormais semelhantes começaram a acontecer na casa, como portas e janelas que abriam e fechavam abruptamente, vasos sanitários escurecidos, cruxifixos que viravam de cabeça para baixo, enxames de moscas que surgiam sem motivo aparente, e o lodo esverdeado que vertia dos tetos e fechaduras das portas.
Além disso, o Sr. Lutz encontrou um quarto secreto no porão, que não aparecia nas plantas da casa. Esse cômodo era pintado de vermelho e cheirava a sangue e ovos podres.Lutz afirmou ter visto um rosto na parede, o qual mais tarde reconheceria como sendo o de Ronald "Butch" DeFeo.
Enquanto moravam na casa, a Sra. Lutz declarou que sentia mãos invisíveis a agarrando e que, numa certa manhã, teria acordado coberta de vergões, como se tivesse sido queimada com ferro quente.
O casal declarou ter notado mudanças drásticas na personalidade um do outro e na de seus filhos enquanto viviam na casa. Além disso, a família Lutz afirmou ter visto diversas aparições pela casa, incluindo a de uma pessoa que usava um capuz branco e estava ferida a bala, que assombrava a sala; e a de um porco gigante de olhos vermelhos ofuscantes que aparecia do lado de fora das janelas para espiar o que acontecia dentro da casa.
A pequena Lutz costumava dizer a sua família que o porco era o seu amigo "Jodie".

O dia da Meia-Noite -histórias de terror reais


Numa cidade do interior de Minas Gerais, chamada Ibiá, conta-se um "causo", que segundo os moradores não é ficção, mas sim realidade. Na década de 60, uma enfermeira, filha de criação de um grande fazendeiro, iria se casar. Linda era a senhorita, cabelos negros e longos, pele morena, corpo de violão, rosto de anjo, lábios carnudos e sensuais. (perai... isso é um "causo" ou um anúncio de massagens?) Seu noivo, um rapaz da cidade grande, segundo boatos, estaria mais interessado nas fazendas da família, do que na voluptuosa senhorita. Chegado o grande dia, tudo estava certo: Uma grande festa na fazenda, a capela já estava ornamentada e o padre se preparava tomando "alguns" cálices de vinho. os convidados chegavam aos poucos, e o comentário era que os noivos viajariam para a "Europa" em lua de mel. No grande momento, eis que entra na capela, a linda noiva, deslumbrando beleza e felicidade. Mas o noivo ao vê-la, corre e no meio da capela grita: - "Sinto Muito! Não a amo. E as fazendas do seu pai não são suficientes para comprar esse casamento." Em seguida o noivo foge e a pobre donzela, aos prantos, se tranca em seu quarto. Pela manhã, ao arrombarem a porta, deparam-se com uma cena horrorosa: A noiva, nua, só de véu e grinalda enforcara-se com lençóis. Estava pendurada no lustre do seu quarto. A data do casamento: 20 de Maio. Conta-se que até hoje, nesta mesma data, à meia noite, a linda noiva aparece, nua, cavalgando pelas ruelas da pequena Ibiá, dando gritos de horror e desespero!

domingo, 1 de maio de 2011

O Monastério - História de Terror

O ano era de 1432, já era noite quando o sino do portão do monastério tocou. Frei Romeu correu para ver quem era segurando somente uma tocha na mão. Ele era o responsável pelo portão e segurança do monastério, pois havia muitos ladrões nas vilas vizinhas roubando o pouco que eles produziam.

“Quem é você?” – perguntou Romeu.

“Meu nome é Joel, estou viajando e preciso de um abrigo. Tem uma tempestade vindo do norte posso me ferir se eu ficar exposto.”

Frei Romeu olhou para o céu e viu nuvens carregadas se aproximando do monastério. Abriu o portão e deixou o homem entrar. Era obrigação da igreja dar abrigo para as pessoas que necessitavam.

“Para onde está indo Joel?”

“No momento para nenhum lugar e para todos ao mesmo tempo.”

“Bem estranha sua resposta, mas tudo bem. Você vai ficar no celeiro com os cavalos, não é permitida a entrada de forasteiros no alojamento. Se quiser pode assistir a missa e comer na cozinha”


“Não tem problema, até gosto de animais e prefiro ficar por aqui mesmo, tenho minha própria comida não se preocupe.”


Os dois escutaram o sino do portão e olharam em sua direção.

“Deve ser mais gente querendo abrigo.” – disse Romeu.

“Vou me recolher e dormir, pois estou muito cansado, nos vemos amanhã. Obrigado pela ajuda.” – respondeu o visitante.

Frei Romeu correu para o portão e abriu a pequena janela, lá fora um homem muito feio com roupa de frade montado em cavalo negro esperava ser atendido.

“Sou Frei Hermes, fui transferido para este monastério pela nossa congregação” – disse o homem estendendo a mão com um pergaminho enrolado.

A porta foi aberta imediatamente e o novo morador entrou.

“Seja bem vindo irmão Hermes, eu levarei seu cavalo para o estábulo e você pode entrar no mosteiro, pergunte pelo irmão Mark ele vai te orientar e mostrar seu quarto.”

O estranho foi para a entrada do monastério e Frei Romeu foi colocar o cavalo nos estábulos. Entrou de vagar para não acordar Joel, pois sabia que ele estava muito cansado e não queria incomodar, mas o cavalo deu um pulo para trás e relinchou alto. Romeu tentou controlar o cavalo de todas maneiras mas não pôde.

“De onde veio esse cavalo? – perguntou Joel gritando.”

O cavalo saltou e derrubou Frei Romeu com as patas da frente e correu assustado para a escuridão da noite.

“De onde veio esse cavalo?” – questionou Joel sacudindo o frade.

“É de um frade que acaba de chegar. O que esta acontecendo?”

“Onde esta ele?”

“Não sei, deve estar na sala de jantar com os outros frades, pois já estão comendo. Por que você esta agindo assim?”

“Guie-me até lá, com sorte seus companheiros ainda estarão vivos.”

Joel abriu sua sacola e pegou um punhal de prata e um crucifixo de madeira e os dois correram para o prédio. Quando se aproximaram um pouco puderam ouvir gritos, gemidos e grunhidos animalescos. Romeu estava pálido, não sabia o que fazer e estava com medo. O que poderia estar causando tal confusão?

Joel abriu a porta da sala de jantar com um chute, o que mais temia tinha acontecido. Frei Romeu olhou com terror aquela cena. A sala estava cheia de sangue, corpos mutilados estavam em cima das mesas onde os frades comiam. O frei recém chegado havia se transformado, no lugar dos pés havia cascos, suas mãos agora eram garras, a pele se transformou em couro e os olhos estavam grandes e vermelhos.

A criatura olhou para Joel e gritou com ódio.

“Surpresa.” – disse Joel com um sorriso sínico para o demônio.

“Joel, veio se juntar ao meu jantar?”

“Não, vim acabar de vez com sua maldade. Você foi realmente inocente de ter mordido a minha isca. Seu chefe ficará desapontado quando souber da sua derrota.”

Os dois saltaram um em cima do outro e começaram a lutar. O demônio arremessava Joel nas paredes mas ele agüentava tudo com uma resistência sobre humana. Os frades que ainda estavam vivos observavam tudo com terror, se agarravam as suas cruzes e rezavam. Notaram que Joel tentava acertar a criatura com o punhal ou o crucifixo, mas o demônio era muito ágil. A luta continuou e a sala estava cada vez mais destruída e o demônio parecia estar ganhando a batalha.

Joel deixou o crucifixo cair no chão e o demônio riu. Agora com uma das mãos ele tentava segurar as garras que apertavam seu pescoço contra a parede. Frei Romeu olhou para os olhos de Joel que lhe pediam ajuda e correu em direção aos dois. Os outros frades tentaram segurá-lo, mas ele se recusou a ficar de braços cruzado então foi ao encontro dos dois, pegou o crucifixo do chão e o apertou com toda sua força contra as costas do demônio. Os símbolos cravejados no crucifixo iluminaram-se e o crucifixo começou a ser enterrado no corpo da criatura que a esse ponto havia soltado Joel e gritava rolando pelo chão tentando arrancar o objeto das costas.

“Ajudem-me a segura-lo com a barriga para cima” – gritou Joel.

Os frades saltaram em cima do monstro que já estava fraco e o seguram. Joel enfiou o punhal no estomago da besta que urrou de dor e tentou se revirar, mas os frades o mantinha deitado.

“Ele vai morrer?” – perguntou Romeu.

“Não precisamos levá-lo para o calabouço subterrâneo e prende-lo lá.”

“Mas ele é muito forte, vai romper as corretes.” – indagou um dos frades.

“Que calabouço é esse? Eu moro aqui há anos e nunca ouvi falar disso” – questionou Romeu.

“Somente alto clero o conhece, são secretos e usados para a inquisição. E ele não vai romper nada, o crucifixo e o punhal ficarão dentro para que não tenha força, funcionam como um tipo de prisão.”

Eles levaram o demônio para o calabouço e prenderam em uma mesa de tortura usada durante inquisição. Romeu olhou com terror ao ver esqueletos de humanos por toda parte e imaginou o sofrimento das pessoas presas naquele lugar.

“É o seu dever guardar esse demônio para ter certeza que ele não fuja, ele é imortal e somente está adormecido por que o punhal e a cruz o enfraquecem.” – disse Joel subindo as escadas.

“Quem é você?” – perguntou Romeu.

Ele não respondeu, todos foram atrás de Joel, mas ele já tinha desaparecido. Por centenas de anos os frades daquele monastério têm cuidado do demônio que continua adormecido no calabouço, mas seu espírito tenta dominar a mente dos frades para que o libertem e finalmente possa mais uma vez voltar ao exército do diabo.

A babá e o palhaço - Lenda Urbana

Susy chegou pontualmente às nove da noite na casa onde iria cuidar de duas crianças de três e cinco anos enquanto seus pais iriam a um jantar de negócios em uma cidade vizinha.

Depois de dar as explicações para o casal saiu da casa deixando Susy com as crianças que já haviam ido deitar-se, o que evitou que ela conhecesse as crianças ou seu quarto.

Algum tempo depois ela escutou choro de crianças no andar de cima onde ficavam os quartos e foi lá ver o que era. Chegando lá encontrou as duas meninas chorando muito.

“O que foi?” – perguntou Susy.

“Eu não gosto de palhaços.” - disse uma delas estendendo a mão para um canto do quarto.

Susy levou um susto ao ver um boneco de palhaço do tamanho de uma pessoa adulta. Segundos após recuperar do susto ela também ficou com medo, pois aquele boneco era muito assustador. Pensou por que os pais deixariam um boneco tão feio no quarto das meninas. Ela sentou e cantou canções para as duas até elas voltarem a dormir. Depois disso voltou para o primeiro andar da casa e foi assistir televisão.

Um estouro acompanhado do choro das meninas minutos depois alertou novamente a babá. Ela correu para o quarto onde as meninas encontravam-se chorando da mesma maneira de ante.

“Vocês tem que voltar a dormir. Ainda estão com medo do palhaço?

“Ele estourou um balão pra nos assustar.”

Susy olhou para o chão e viu o balão estourado, uma agulhada no estomago a deixou preocupada. Ela olhou para o palhaço uma vez mais e pensou que ele estava em outra posição da primeira vez que ela o viu. Ela também ficou com medo e disse para as meninas que iria pedir para os pais virem embora. Desceu as escadas e pegou o telefone que estava na parede, mas estava sem linha. Foi até sua bolsa, pegou o celular e digitou o numero deixado pelos pais das crianças, a mulher atendeu.

“Oi aqui é a Susy, eu estou ligando porque as meninas estão com muito medo. Eu queria saber se eu posso tirar ou cobrir aquele boneco de palhaço gigante lá no quarto delas.”<

“O que? Nós não temos nenhum boneco de palhaço em casa.”

Somente ai Susy deu-se conta que não mais ouvia o choro das crianças e saiu em disparada para a escada. O suor frio descia pela sua testa, seu coração disparado e a boca seca deixam clara a sensação de pavor que ela sentia naquele momento. Cada degrau da escada parecia ter quilômetros, pois ela queria ver as crianças e saber se estava tudo bem.

A única coisa que a mãe da criança escutou foi um grito e o telefone caindo no chão. O casal voltou para casa imediatamente e quando chegaram encontraram as duas crianças e a babá mortas. Todas tinham seus rostos pintados de palhaço e um balão de hélio amarrado no braço.

1408 - Filme de Terror


Gênero: Terror, Horror, Lugares Assombrados, Fantasmas
Direção: Mikael Håfström
Produção: Lorenzo di Bonaventura
Escrito Por: Matt Greenberg, Scott Alexander e Larry Karaszewski (baseado na obra de Stephen King)
Elenco Principal: John Cusack, Samuel L Jackson e Mary McCormack
Duraçao: 106 Minutos
Website: http://www.1408-themovie.com/


Sinopse:
Mike Enslin (John Cusack) é um escritor cético que depois da morte da filha Katie (Jasmine Jessica Anthony) começa a escrever artigos relatando suas experiências em locais supostamente assombrados. Depois de seu último lançamento Mike recebe um cartão postal alertando-o sobre o quarto 1408 do hotel “The Dolphin”, que já foi cenário de varias mortes sem explicação. Mike fica intrigado com o desafio e decide investigar o local. Agora ele deverá enfrentar mais do que um desafio de uma investigação qualquer e tentar sobreviver pela noite.

Comentário: O filme tem uma trama e história muito interessante que somente poderia ter saído da mente de Stephen King (um dos meus escritores favoritos). Cheio de cenas arrepiantes e chocantes que me deram frio na espinha. Pessoalmente eu tenho uma certa ligação com esse filme pois de alguma maneira me lembra minha própria história O Porta-Jóias que foi escrita anos antes do lançamento do filme. A atuação foi incrível, Samuel L Jackson como sempre faz um bom trabalho apesar de sua presença no filme ser mínima, mas o destaque vai para Cusack que trabalhou muito bem e se encaixou no papel como se King tivesse escrito a história para ele.

Big Liz-Lenda urbanna

Era manhã de 1864 e Big Liz estava preparando o café da manhã de seus senhores quando o capataz da fazenda entrou na cozinha.

“Big Liz, vai ajudar com o carregamento de suprimento das tropas e prepare-se para a viagem, pois você vai com eles para cozinhar e limpar.”

“Sim senhor.” – respondeu.

Sendo escrava ela não tinha escolha, fazia o que os outros mandavam, trabalhava dia e noite servindo seus donos e sobrevivia ao ambiente hostil das senzalas. Mas Big Liz, como era conhecida, sonhava com a liberdade, ela queria ser dona do próprio destino. Seus sonhos se desmanchavam quando lembrava que seus donos lutavam na guerra civil dos Estados Unidos, pois eram contra a abolição da escravidão e faziam parte do exército da Confederação, da parte do sul do país.

Depois de dois dias viajando Liz estava limpando o acampamento e guardando suas coisas para seguir viagem. Afastou-se do grupo para fazer suas necessidades fisiológicas quando sentiu uma mão tampando sua boca e seu corpo sendo arrastado para dentro de um arbusto. Debatendo-se Liz viu dois soldados da União, oponentes de seus senhores. Os soldados da União lutavam a favor da abolição e de manter unidas a parte norte e a parte sul do país sob o mesmo governo.

“Quieta, não faça barulho, nós não vamos te machucar.” – disse um deles enquanto retirava a mão de sua boca. “Onde esta indo esse carregamento? Nós temos que interceptá-lo.”

Liz hesitou em responder, estava assustada e com medo que eles a matassem.

“Você vai cooperar certo? Lembre-se que nós estamos lutando por você e seu povo, se a União vence essa guerra você ganhará sua liberdade.” – disse o outro soldado.

Depois disso Biz Liz não somente contou onde estava indo o carregamento, mas se tornou uma das principais informantes da União. Ela espionava a conversa de seu dono e capatazes e dava a informação sobre carregamentos para serem interceptados para os soldados da União escondidos dentro dos limites da fazenda.

Passado alguns meses o ambiente da fazenda havia se tornado pesado, a Confederação estava perdendo a guerra e todos sabiam que dentro de poucos meses a União iria declarar a vitória. Big Liz estava contente, pois não somente ganharia sua tão sonhada liberdade, mas também fizera parte da conquista.

“Big Liz, prepare-se para sair comigo.” – Disse o dono da fazenda diretamente a ela.

Big Liz se preocupou, pois seu senhor nunca lhe dava ordens diretamente. Algum tempo depois ela chegou ao lugar de onde partiriam. Uma carroça enorme, cheia de baús acorrentados estava preparada.

“Sobe ai, pegue as rédeas e vamos em direção ao pântano, tenho um serviço especial para você.”

Ela fez como seu senhor mandou. Logo eles entraram no pântano, Big Liz morria de medo do lugar, pois era escuro e silencioso. Mesmo de dia parecia noite por causa da densidade da vegetação e uma névoa baixa deixava o lugar com aspecto tenebroso e até os cavalos receavam andar no lugar, fazendo com que ela tivesse que lutar para fazer eles andarem. Liz queria perguntar por que estavam ali, mas tinha medo de ter sua língua cortada por desrespeitar seu senhor.

Depois de algumas horas andando dentro do pântano avistaram uma pequena clareira e o senhor mandou que ela se dirigisse até lá. Liz deu um grito de pavor quando viu dois esqueletos humanos no chão.

“Não se preocupe, eles morreram há muito tempo.” – disse o velho sorrindo. “Eles fizeram essa clareira algum tempo atrás, pouco antes da guerra começar. Eu queria um lugar secreto para esconder meu tesouro em caso da Confederação perdesse a guerra... e olhe onde estamos. Mas não se preocupe, nada vai acontecer com você, aliás, você tem sido tão fiel a mim e a minha família todos esses anos. Agora ande, cave um buraco bem profundo e enfie os baús dentro.”

Big Liz fez como foi mandada, horas depois enquanto amaciava a terra em cima do buraco já tampado foi agarrada pelos cabelos. Ela gritou, mas o ninguém a ouviu.

“Agora vamos acertar nossas contas sua escrava de merda. Nós capturamos e torturamos alguns soldadinhos da União em nossa fazenda e eles me contaram tudo. Você arruinou tudo, grande parte de nossas derrotas não aconteceriam se nossos carregamentos não tivessem sido interceptados.”

Com todo seu ódio o velho enfiou uma faca no pescoço de Big Liz e separou a cabeça do corpo deixando Liz para apodrecer em cima do seu tesouro. Alguns dias depois a fazenda foi invadida pela União e o dono do lugar morto durante a batalha. O corpo de Big Liz e o tesouro nunca foram encontrados.

Diz a lenda que Big Liz guarda o tesouro e você pode obter-lo da seguinte forma: Existe uma pequena ponte sobre o rio Transquaking. Vá até lá de madrugada, buzine três vezes e grite “Big Liz”. Espere um pouco e ela irá aparecer na frente do carro carregando sua cabeça em suas mãos. Não se assuste ou tente correr, pois os olhos de Liz são vermelhos e brilhantes. Quando ela virar de costas e começar a andar, saia do carro e siga-a para dentro do pântano e ela te levará até o lugar onde o tesouro está enterrado. Algumas pessoas que tentaram dizem que não puderam sair do carro pela imagem aterrorizante de Big Liz. Outros que a seguiram, mas não puderam entrar no pântano, pois dizem ser muito sombrio. E há aqueles que se atreveram a seguir Big Liz e nunca mais foram vistos. Vários carros foram encontrados vazios sobre a ponte e sem sinal do que aconteceu com o dono. Existem rumores que Big Liz está sob o controle de seu senhor como forma de pagamento por sua traição e quando a pessoa chega ao local onde esta enterrado o tesouro é assassinado pelo fantasma do velho do mesmo jeito de Liz.

Terror no Hotel - História de Terror

Em um hotel de quinta categoria na beira da estrada ás três horas da manhã, Christian toca o sino da recepção, ninguém apareceu por alguns minutos e seu cachorro se mostrava muito agitado.

“Calma Boy, daqui a pouco vamos comer e descansar” – disse ao cachorro como se estivesse conversando com uma pessoa.

Boy começou a latir e Christian tocou o sino varias vezes até um senhor de idade aparecer. O homem com aparência mal humorada olhou o cachorro com cara feia.

“Não aceitamos cachorros aqui.” – disse o velho em voz alta enquanto Boy latia alto.

“Preciso de um quarto e algo de comer.” – disse Christian ignorando o comentário sobre Boy.

“São vinte e oito reais para o quarto, comida só de manhã, tem uma maquina ali com batatas e outras coisas do gênero, agora o cachorro vai ter que ficar de fora.” – respondeu o recepcionista.

“O cachorro vai dormir comigo.” – Disse ele colocando uma nota de cinqüenta reais no balcão.

O velho pegou a nota e entregou a chave a ele sem reclamar. Christian colocou dinheiro nas maquinas de comida e refrigerante e saiu com as mãos cheias. Foram para o quarto e comeram assistindo um filme em preto e branco na televisão velha. Logo depois os dois dormiram.

No meio da noite Christian acordou com Boy rosnando e latindo, olhou para ele e viu que o cachorro estava latindo para a porta do banheiro que estava um pouco aberta.

“O que você encontrou ai Boy? Vai deitar.” – disse Christian colocando o travesseiro encima da cabeça.

Boy não parou de latir e Christian olhou para onde ele estava latindo. Para seu terror, a porta do banheiro abriu e fechou, abriu e fechou e continuou fazendo o mesmo sem parar. O rangido da porta o fez arrepiar, quis sair do quarto correndo, mas não podia se mover de medo. A televisão acendeu sozinha, não tinha imagem somente o chuvisco e chiado. Christian tentou mudar de canal sem sucesso.

Ele decidiu ir até o banheiro para ver o que tinha lá, quando acendeu a luz a imagem que viu o aterrorizou. O banheiro estava todo sujo de sangue e em frente ao espelho havia uma mulher pálida, de olhos vidrados e com os pulsos cortados.

“Me ajuda, eu não quero morrer assim.” – disse a mulher gritando enquanto chorava.

Christian ficou paralisado, a mulher foi se aproximando dele repedindo o pedido de ajuda. Ele via o desespero da mulher mas ficou sem reação, ela estava urinado de dor e medo pois sabia que iria morrer. O mal cheiro de sangue e urina se espalharam pelo banheiro, Christian sentia vontade de vomitar, nunca teve um sentimento tão ruim, mas não conseguia se mover ou reagir a nada, até que despertou do choque com o latido de Boy, ele olhou para o cachorro que recuava do local pedindo que seu dono saísse dali.

Ele saiu do banheiro seguindo Boy e fechou a porta. O silencio tomou conta do quarto e a televisão desligou. Christian pensou no sofrimento da mulher e abriu a porta novamente, para seu espanto o banheiro estava limpo e vazio. Ele não pensou duas vezes, pegou sua mochila e saiu do quarto com Boy e foi até a recepção. Bateu varias vezes no sino até que o mesmo velho apareceu. Christian contou-lhe a história, o velho escutou tudo sem mudar a cara.

“Você não é o primeiro a me contar essa história, varias pessoas já presenciaram isso. Alguns anos atrás uma mulher viciada em drogas se matou naquele quarto. Eu imagino que ela se arrependeu de ter cortado os pulsos mas não pôde conseguir ajuda antes de morrer e agora fica assombrando meus clientes. Eu já trouxe de pastor à pai-de-santo aqui mas nada adiantou. Desculpe mas não tenho outro quarto para te oferecer.” Disse o homem devolvendo o dinheiro.

Sem dizer uma palavra Christian pegou seu dinheiro e foi embora para nunca mais voltar. Os acontecimentos daquela noite marcaram sua vida para sempre. Olhou uma vez mais para a direção do quarto, pela janela ele pôde ver o fantasma da mulher batendo no vidro da janela com os pulsos cortados e gritando algo que Christian não podia escutar. Ele lamentou pela mulher mas foi embora e desta vez sem olhar pra trás.

Ritual Macabro - História de Terror

Já era noite quando quatro amigos chegaram a uma cabine nas montanhas geladas de Montana nos Estados Unidos que alugaram para passar o fim de semana. A neve cobria a casa e os pinheiros em volta e o vento gelado cortava seus rostos com força. Eles olharam para o céu e viram a lua cheia de trás de uma camada grossa e vermelha de nevoeiro. Sorriram uns para os outros, a noite estava mais que perfeita para seus planos.

Eles entraram na cabine, olharam todos os cômodos para confirmar que não havia ninguém. Dois deles foram para fora trazer a bagagem e os outros dois ficaram na sala. Eles foram arrastando os moveis formando um círculo. Quando tudo estava limpo, trouxeram a mesa de jantar para o meio.

Nesse momento os dois que foram para fora entraram na sala carregando um corpo de mulher. Ela estava amarrada e amordaçada. A colocaram em cima da mesa e amarraram seus braços. A mulher chorava e se debatia. Não sabia o que iria acontecer e o que aqueles homens queriam com ela.

Rapidamente eles começaram a espalhar velas pretas, vermelhas e brancas por toda casa. Quando terminaram vieram ao redor da mesa. Um deles colocou uma cruz virada para baixo em seu ventre. Cada um deles tirou um punhal de seus bolsos e fizeram um corte profundo em cada membro da mulher que gritava e se contorcia. O sangue que saia dela era colocado em pequenos vasos de metal. Depois de um tempo eles molharam suas mãos no sangue e esfregaram no rosto deixando a pele vermelha.

Eles deram a mãos formando um circulo em volta da mulher e começaram a repetir as palavras do ritual. Passados alguns minutos a mulher começou a se contorcer mais forte e a gritar com uma voz que não era a sua. Os quatro gritavam o encanto cada vez mais alto até que as velas se apagaram. A cabine ficou completamente escura. Eles se espalharam pela sala tentando acender as velas. Não foi preciso procurar muito porque elas se acenderam por si.

Eles se assustaram ao ver que a mulher não mais estava amarrada na mesa. Ela estava de pé, seus olhos estavam brancos e sua pele pálida como a de um morto. O ritual para invocar o demônio tinha funcionado.

“Vocês chamaram, eu estou aqui. O que querem?” – disse a mulher com uma voz grossa e rouca.

“Queremos te servir, em troca de alguns favores é claro.” – respondeu um deles.

A mulher soltou uma gargalhada que fez as paredes da casa tremer. Os quatro também tremiam de medo e terror e então eles se ajoelharam.

“Idiotas vocês, acham que podem exigir favores meus? Vou levar vocês para falar direto com o diabo.” - disse ela pulando em cima de um deles.

Ela enforcou o primeiro até a morte, os outros três desesperados tentaram fugir, mas não puderam abrir as portas nem janelas, a casa estava lacrada.

“Agora experimentem um pouco do que vão sofrer no inferno, sua nova casa.”

Dizendo isso ela soltou um grito ensurdecedor, os três que ainda estavam vivos caíram no chão tentando tapar os ouvidos, mas era em vão, pois o grito estava dentro de suas cabeças. A mulher andou em direção a porta, cada passo que dava deixava uma marca de fogo no chão. Ela saiu da casa e fechou a porta, olhou para dentro por uma das janelas e balbuciando algo fez o fogo das velas e de suas pegadas se espalharem.

Ela se afastou da cabine que em minutos estava toda em chamas. Observando os homens dentro batendo no vidro jogando cadeiras tentando quebrar o vidro enquanto seus corpos queimavam pouco a pouco ela se contorcia dando gargalhadas.

Horas depois a polícia e os bombeiros encontraram o corpo da mulher deitada na neve e a casa ainda em chamas. A mulher sobreviveu, mas foi incapaz de dizer como foi parar naquele lugar. Nenhum corpo foi encontrado dentro da casa.

Igreja Assombrada - História de Terror

Alguns anos atrás quando eu tinha 18 anos, me mudei para salvador com a minha família, pois meu pai havia sido transferido pela empresa onde trabalhava. Alguns dias depois voltando do colégio eu vi um cartaz na porta da igreja dizendo que precisavam de zelador e decidi me candidatar à vaga. Depois de conversar com o padre ele decidiu me dar uma chance e eu comecei no mesmo dia, meu turno seria das três da tarde até as nove da noite, a igreja fechava as sete então eu tinha duas horas para limpar o chão e os assentos.

No meu segundo dia coisas estranhas começaram a acontecer e eu fiquei muito assustado. Eram umas oito da noite e o padre havia ido jantar na casa de um amigo, eu fiquei sozinho na igreja terminando a limpeza. Eu fui até o armazém da igreja buscar alguns produtos e quando voltei para minha surpresa havia uma mulher vestida de luto ajoelhada em um dos assentos e estava chorando. A principio eu pensei que tinha deixado a porta aberta então fui me aproximando para falar com ela.

“Desculpe senhora mas a igreja já esta fechada, a senhora pode voltar amanhã as sete da manhã que ela já vai estar aberta.” – disse eu à mulher que continuou com a cabeça baixa e chorando.

Vendo o estado da mulher eu a deixei ficar por ali e quando eu fosse embora eu pediria que ela saísse comigo. Continuei limpando e acabei esquecendo a mulher até que escutei passos na igreja, quando eu olhei para a direção de onde vinha eu não vi nada e a mulher já não estava lá. Eu corri para a parte de atrás da igreja, onde tinha escutado os passos, por que pensei que ela tinha ido pra lá. Quando eu cheguei não tinha ninguém, então voltei ao saguão de missas chequei todas as portas da igreja e todas estavam trancadas.

“Onde esta meu filho?” – escutei uma voz vinda do altar.

Eu olhei e não tinha ninguém, só vi um vulto andando e desaparecendo. Com medo, eu saí correndo da igreja e acabei topando com o padre na porta. Ele estava muito abatido, perguntei o que era, ele me falou que sua mãe tinha falecido momentos atrás e ele veio se preparar para viajar para cidade onde ela morava. Ele entrou na igreja e eu fui atrás para ajudá-lo. A mulher estava outra vez ajoelhada no banco, quando passamos por ela o padre a ignorou totalmente e ela me olhou tirando o véu negro que cobria seu rosto. O terror tomou conta de mim, a mulher estava pálida e chorava muito. Eu decidi não dizer nada para o padre com medo que ele pensasse que eu estava fazendo uma brincadeira de mau gosto. Eu fiquei apavorado, queria sair da igreja mas não queria deixar o padre sozinho. Ele começou a fazer a mala e tirou uma foto da cômoda e me mostrou, meu sangue gelou novamente, a mulher na foto era a mesma que chorava na igreja.

“Esta era a minha mãe, eu tirei a foto quando me transferiram para esta cidade, ela sempre pedia para que eu fosse visitá-la, mas como eu sempre estava ocupado aqui nunca fui. Agora ela faleceu e eu nunca mais vou vê-la.” Disse o padre com a voz tremula.

O padre foi para o enterro da mãe, por dois dias trabalhei somente de dia enquanto a igreja estava aberta, e quando o padre finalmente regressou, eu pedi demissão. Igreja agora eu só vou aos domingos, mas ainda morro de medo, vai ver que a mãe do padre ainda o está vigiando do além.

Ajuda-lenda urbana

Janaina entrou em seu quarto para dormir, como todas as noites ela assistia um pouco de televisão até que o sono chegasse. Nesse dia passava um filme que terror que ela já tinha assistido anteriormente onde uma mulher ajudava espíritos a resolver seus problemas na terra para que eles pudessem passar para outro plano.<

“Que legal deve ser ver espíritos, queria poder ajudar as pessoas também.” – pensou ela.


Nesse momento ela sentiu um vento frio tocar seu rosto, para seu espanto a janela do seu quarto estava fechada e ela sabia que nesse dia não fazia tanto frio. Não dando muita importância ao fato desligou a televisão e foi dormir.

As três da manhã ela acordou de um pesadelo, não se lembrou o que era, mas continuou com medo porque sentia algo estranho. Ela olhou para um canto do quarto que ficava atrás da porta quando ela estava aberta e viu a sombra de uma pessoa, não podia ver quem era então gritou. A sombra se moveu em sua direção, Janaina pode ver que era uma mulher e estava vestida com uma roupa suja de hospital, mas não pode ver detalhes de seu rosto devido à escuridão. A porta do quarto se abriu e a luz ascendeu.

“O que foi filha?” – perguntou seu pai.

“Acho que tinha um espírito no meu quarto, estou com muito medo pai, fica aqui comigo um pouco.”

“Foi só um pesadelo, volte a dormir” – respondeu seu pai fechando a porta do quarto e apagando a luz.

Ela rolou na cama por um tempo, mas dormiu até que sentiu alguma coisa agarrando-lhe os pés. Ela a olhou e viu aquela mesma mulher no pé da cama arranhando seu corpo. Ela era pálida e seu rosto estava cheio cortes abertos, seus olhos expressavam raiva e tristeza.

“Você se ofereceu para me ajudar, agora estou aqui” – disse a fantasma.

“Não, eu não posso te ajudar, vai embora e me deixe em paz.” – gritou Janaina enquanto chorava.

O fantasma da mulher deu um berro de terror e saltou em cima de Janaina que desmaiou. De manhã ela contou tudo para os pais que não acreditaram na história. Nos dias seguintes ela viu o fantasma da mulher varias vezes, mas o ignorou até que um dia e fantasma não apareceu e Janaina nunca mais o viu e a partir daí nunca mais se ofereceu para ajudar nenhum fantasma.

Não acenda a luz - Lenda Urbana

Baseado em uma lenda urbana americana.

Joyce e Sandra estudavam no quarto situado no campus da universidade aonde vinham morando por dois anos. A prova que encerraria o semestre seria no dia seguinte. Joyce era a mais estudiosa das duas sempre tirava notas boas e dedicava-se aos estudos a maior parte do seu tempo. Já Sandra era meio louca, era conhecida no campus por suas extravagâncias com a bebida e as drogas. Mesmo assim ela era inteligente e mantinha-se no curso com notas boas.

“Vamos à festa hoje Joyce?” – perguntou Sandra.

“Não, vou estudar até tarde e depois vou logo para a cama. Amanhã eu quero tirar dez na prova, por que se eu conseguir, talvez ganhe bolsa escolar integral.”

“Você e a sua mania de estudar de mais, sai do quarto, aproveita um pouco sua juventude por que você se der conta vai ser tarde de mais. Por exemplo, por dois semestres eu não te vejo com um garoto, nem um encontro se quer e...”

“Eu prefiro me dedicar aos estudos, namoro depois.” – respondeu Joyce interrompendo a amiga.

As duas continuaram os estudos até que a hora da festa chegou. Sandra se arrumou e se despediu de Joyce.

“Tem certeza que não quer ir?”

“Tenho, já pedi uma pizza vou estudar um pouco mais, comer e ir dormir para estar bem preparada para a prova. Te desejo sorte amanhã no teste se eu não te ver até lá.”

Quando ela terminou de falar, alguém bateu na porta.

“Deve ser minha pizza, pede para o entregador entrar.” – disse Joyce olhando a amiga saindo e o entregador entrar.

Sandra foi para festa e como sempre se esbaldou. Decidiu ir dormir no quarto do namorado insistente, mas disse que teria que ir até seu quarto buscar alguns livros e algo para vestir no dia seguinte. Os dois foram andando pelos corredores escuros do alojamento até chegarem ao quarto.

“Odeio essa escuridão dos corredores, eu penso se algum dia eles vão trocar as lâmpadas queimadas. Fica aqui de fora e eu vou ser bem silenciosa porque eu não quero acordar a Joyce.” – disse Sandra ao namorado.<

Ela entrou, foi até o banheiro e pegou sua escova de dente e desodorante. Voltou ao quarto e pode achar suas roupas e alguns livros que precisava, porém não encontrava o livro mais importante e seria quase impossível encontrá-lo com o quarto tão escuro, iluminado somente pela luz da lua que passava pelas frestas da veneziana. Sandra pensou e pensou, mas não se lembrava onde tinha colocado o livro, voltou até a porta do quarto e foi levando sua mão até o disjuntor da luz. Por um impulso momentâneo sua mão parou.

“Deixa o livro pra lá, provavelmente nem vou ter tempo de estudar antes do teste.” – disse sussurrando enquanto saia do quarto na ponta dos pés.

No dia seguinte Sandra olhava nervosa para o relógio, Joyce não estava lá e o teste iria começar em alguns minutos. Ela estava preocupada, pois sabia que o teste era muito importante para a amiga e ela era muito responsável para perdê-lo. “O que teria acontecido com ela?” perguntava-se nervosa.

Joyce nunca pareceu e Sandra mal pode fazer seu teste por estar preocupada com ela. Entregou seu teste correndo ao professor e foi até seu quarto. Quando abriu a porta não pode acreditar, Joyce ainda dormia. Ela entrou no quarto rápido e deixou a porta bater atrás de si.

“Joyce você esta louca? Você perdeu o semestre todo.” – Gritou Sandra cutucando a amiga que dormia de bruços. “Joyce?”

Cutucou a amiga duas vezes, porém não obteve resposta e decidiu vira-la de barriga para cima. O terror tomou conta dela e seu grito ecoou por todo prédio do alojamento. Joyce tinha um buraco fundo na barriga e suas tripas estavam para fora.

Sandra virou-se para a porta para ir pedir ajuda. Seu grito de terror novamente ecoou pelo campus. Na porta de seu quarto estava escrito com o sangue de Joyce: “Feliz por que você não acendeu a luz?”

Telefone dos mortos-lenda urbana

Janaina estava passando os números de telefone dos seus amigos da agenda velha para uma nova quando viu o número de Patrícia, uma amiga falecida alguns meses em um acidente de carro quando voltava de uma festa com seu namorado Pedro que até hoje estava em coma. O acidente foi causado por um motorista bêbado em alta velocidade e Patrícia morreu no local.

Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.

“Alo.”


“Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha.

“Quem esta falando?”

“Quem poderia ser? É a Patrícia.”

“É impossível.”

“Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?”

Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.

Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado.

“Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.

Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente.

“Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios.

A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse:

“Este número é inexistente.”

"O Tabuleiro da Verdade-lenda urbana"


Naquela noite, a Paula e os seus amigos entraram num colégio abandonado para jogar ao tabuleiro da verdade. Queriam chamar espíritos! Quando entraram, alguém começou a chamá-los e a dizer que marcaria as suas vidas para sempre. «Qual é o teu nome?», perguntou o Teodoro em voz alta.
«Alma», respondeu alguém do além. «Queres falar connosco?», continuou o Teodoro.
«Sim, mas aqui não, na sala H». E desapareceu! Olharam uns para os outros com caras assustadas, mas foram ver onde ficava a sala. Era na cave. «Alma, estás aí?», perguntaram. «Sim, estou aqui», respondeu. «Porque é que nos trouxeste para aqui?», perguntou a Paula. «Para me vingar». Os rapazes assustaram-se, atiraram ao ar o tabuleiro e tentaram fugir, mas a porta estava fechada. De repente, sentiram um arrepio e naquele instante viram uma mulher queimada. Parecia um diabo... Ela atirou-se para cima da Paula! Agarrou-a e disse: «Mata um dos teus amigos, só assim descansarei em paz». A Paula gritou que nunca faria isso... e a mulher atirou-a contra a parede. Estava zangada e acabou por atacar toda a gente... No dia seguinte o contínuo da escola encontrou o grupo todo banhado em sangue. Ainda estavam vivos. Já recuperados, descobriram que aquela mulher tinha morrido num incêndio, porque ninguém tinha ido até à cave para a salvar...
Naquela noite, a Paula e os seus amigos entraram num colégio abandonado para jogar ao tabuleiro da verdade. Queriam chamar espíritos! Quando entraram, alguém começou a chamá-los e a dizer que marcaria as suas vidas para sempre. «Qual é o teu nome?», perguntou o Teodoro em voz alta.
«Alma», respondeu alguém do além. «Queres falar connosco?», continuou o Teodoro.
«Sim, mas aqui não, na sala H». E desapareceu! Olharam uns para os outros com caras assustadas, mas foram ver onde ficava a sala. Era na cave. «Alma, estás aí?», perguntaram. «Sim, estou aqui», respondeu. «Porque é que nos trouxeste para aqui?», perguntou a Paula. «Para me vingar». Os rapazes assustaram-se, atiraram ao ar o tabuleiro e tentaram fugir, mas a porta estava fechada. De repente, sentiram um arrepio e naquele instante viram uma mulher queimada. Parecia um diabo... Ela atirou-se para cima da Paula! Agarrou-a e disse: «Mata um dos teus amigos, só assim descansarei em paz». A Paula gritou que nunca faria isso... e a mulher atirou-a contra a parede. Estava zangada e acabou por atacar toda a gente... No dia seguinte o contínuo da escola encontrou o grupo todo banhado em sangue. Ainda estavam vivos. Já recuperados, descobriram que aquela mulher tinha morrido num incêndio, porque ninguém tinha ido até à cave para a salvar...

O CANAVIAL

No interior de Minas Gerais muitos "causos" misteriosos são contados .

Um causo muito estranho aconteceu numa cidadezinha, cuja fonte de renda era a cultura de cana de açúcar. Das grandes fazendas aos sítios, a única coisa que se via eram grandes roças de cana.

Numa dessas fazendas, que abrigavam colonos de toda parte do país, conta-se que um casal de nordestinos chegou e pediu emprego. Além do emprego, deram a eles um casebre, próximo a roça, para que morassem.

O casebre era bem isolado dos demais, pelo fato de ser um dos mais antigos. Os outros colonos achavam o novo casal muito estranho, quase não conversavam e não participavam da missa de domingo.

A mulher, que mais parecia um bicho do mato, estava grávida, mas mesmo assim todas as madrugadas ela ia para a roça cortar cana. Num dia muito quente, desses que parece que até o chão ferve, um incidente muito triste ocorreu. O marido da "Bicho do Mato"- como era conhecida aquela estranha mulher - fora picado por uma cobra e faleceu em poucas horas.

"Bicho do Mato" ficou mais transtornada e mais estranha ainda. Até as crianças tinham medo dela. Ela continuo cortando cana até o nascimento do filho.

Quando o bebê nasceu, "Bicho do Mato" sumiu ... não cortava mais cana, não abria a porta do casebre para ninguém. As colônias diziam que ela estava de resguardo e como era muito orgulhosa, não aceitava ajuda de ninguém.

Coincidentemente, na mesma época do seu "sumiço", escutava-se todas as noites, um bebê chorando no canavial. Os bóias frias ficaram encucados com aquele choro e um dia resolveram procurar ... Eles andavam, andavam e nada de encontrar o bebê. Quando se aproximaram do casebre, notaram que o choro ficou mais forte, parecendo que vinha de baixo da terra. No dia seguinte voltaram e arrancaram o pé de cana. Para espanto de todos, encontraram o corpo de um bebê já em estado de decomposição. O dono da fazenda chamou a polícia e eles invadiram o casebre. Encontraram "Bicho do Mato" encolhida no canto do casebre como uma louca. O fogão de lenha estava manchado de sangue.

Descobriu-se depois que ela matou seu próprio filho, socando sua cabeça na beira do fogão e depois o enterrou no canavial.

A mulher foi levada para um sanatório e o bebê foi enterrado numa cova digna, no cemitério da fazenda, onde o padre rezou uma missa pedindo por sua alma.

Depois disso, nunca mais ninguém ouviu o choro do bebê...

Anatomia - Histórias de Terror

Dr. Frank era professor de universidade, homem da ciência e céptico a qualquer assunto relacionado à religião. “Se não esta provado pela ciência não existe”, dizia ele quando se via no meio de uma conversa sobre o tema.

Certo dia, saindo do seu carro quando chegou à universidade para sua aula noturna escutou uma voz:

“Dr. Frank?” – disse uma moça de uns 17 anos aproximando dele.

“Pois não?” – perguntou curioso para saber quem era aquela moça, definitivamente nenhuma de suas alunas, ele conhecia a todos por nome.

“Sou a filha da Marisa, sua colega de Yoga” – respondeu a moça com um belo sorriso. “Desculpa te incomodar, mas eu estou a ponto de prestar vestibular, sonho em ser médica mas não sei se tenho estomago, queria assistir uma de suas aulas de anatomia se possível.”

“Humm, esta bem, apesar de que não deveria permitir, estou somente prestando um favor a sua mãe.” – respondeu Dr. Frank já andando em direção ao prédio.

Caminharam por uns 5 minutos até chegarem à sala onde Dr. Frank iria dar sua aula.

“Olha, não atrapalhe minha aula, não faça perguntas e não fale nada. Senta nessa cadeira e assiste. Quando formos analisar corpos você pode chegar perto. Não quero me meter em encrenca por trazer você aqui.” – disse ele com ar sério.

O tempo foi passando, chegaram os alunos e a aula começou. Dr. Frank olhava a moça uma vez ou outra que parecia muito interessada na aula. Algum tempo depois pediu a dois alunos que tirassem dois corpos do freezer para que ele os demonstrasse um procedimento.

“Professor, tem dois corpos recém chegados aqui. São indigentes, encontrados pela policia alguns dias atrás, foram mortos a tiros, esta aqui o relatório. Ainda não foram usados para estudo.” – Disse o rapaz estendendo uma prancheta com a informação dos cadáveres.

Olhando o relatório o professor balançou a cabeça dizendo que sim.

Os dois alunos retiraram os corpos dos plásticos e os colocaram em cima de uma mesa. A moça se levantou e curiosa foi até os corpos.

“Dr. Frank, cuida de mim, por favor.” – disse ela tremendo, com olhar estranho e se aproximando do professor, que imediatamente foi falar come ela.

Ela se virou e saiu correndo da sala e ele atrás dela, quando alcançou o corredor não a viu mais. Se aproximou do vigia.

“O senhor viu para onde foi a moça que saiu da minha sala?” – perguntou Dr. Frank.

“Ninguém passou por aqui não senhor.” – respondeu o vigia intrigado.

“O moça que entrou comigo mais cedo para aula de anatomia”. – explicou ele.

“Me desculpa Dr. eu não vi ninguém entrar com o senhor”. – contestou o homem mais intrigado ainda.
Dr. Frank virou-se em direção à sala agarrando o celular do bolso. Selecionou o celular de Marisa, segundos depois alguém atendeu.

“Oi Marisa, é o Frank da aula de Yoga. Escuta, sua filha esteve aqui e pediu para assistir uma das minhas aulas de anatomia. Acho que ela não agüentou ver os cadáveres e foi embora chorando.” – contou ele a mãe da moça.

“Estranho, ela foi acampar com o namorado e deveria estar de volta somente amanhã”. – respondeu Marisa com ar preocupado.

“Bom, pode ter sido outra Marisa então, eu conectei com você primeiro, mas deixa pra lá, eu tenho ir que meus alunos me esperam.” – disse e já desligando o telefone. “Acampamento... sei, esses adolescentes”.

Ele voltou a sala onde os alunos já haviam começado a estudar os corpos, se aproximou da mesa para tomar a liderança da aula novamente. Sua feição mudou completamente, o terror tomou conta de seu corpo.

“Para” – gritou Frank tirando a mão do rapaz que estava dentro do abdômen do cadáver. “Ela não é indigente, eu a conheço.” – disse ele aterrorizado.

Ali deitada na mesa de estudo com o tronco do seu corpo aberto, estava a filha de Marisa. Dr. Frank tremia da cabeça aos pés. Não sabia o que pensar, estava confuso e com medo pois aquilo era novidade para ele. Ele deu um passo em direção a porta, ali estava ela novamente. A brisa da noite tocou sua nuca e ele arrepiou.

“Me devolve pra minha mãe.” – disse a ela com voz tremula.

Um segundo depois já não estava mais lá. Dr. Frank dispensou seus alunos, sentou-se onde supostamente estava a garota e ali ficou por horas pensando tudo, tudo o que ele não acreditava teria que reconsiderar.

Onde Está Meu Filho? - Lenda Urbana

Alguns anos atrás uma moça de vinte e oito anos estava internada nesse hospital com câncer em estado avançado. Ela estava grávida de sete meses e meio quando a internaram pela ultima vez, seu marido havia morrido três meses antes em um acidente de carro. Ela cresceu em um orfanato em São Paulo e não tinha família. Os empregados do hospital se comoveram com sua história e todos faziam o possível para alegrá-la, porém nada adiantava. Sua tristeza pela solidão e o fato de que talvez nem conheceria seu filho pois o preço de dar a luz a criança poderia ser sua vida, e ela estava disposta a pagar.

Alguns dias depois de ser internada ela veio a falecer. Os médicos conseguiram salvar o bebê e o nomeou João, em homenagem sua mãe que se chamava Joana. Uma das enfermeiras do hospital começou com o processo de adoção do bebê, pois seu marido não podia ter filhos e ela viu a oportunidade para ter um filho, depois de quatro meses a adoção foi concedida.

A verdadeira mãe da criança parece que não se esqueceu do filho nem depois da morte. Laura (nome fictício da enfermeira que adotou o bebê) estava de plantão quando um paciente veio falar com ela.

“Alguém tem que tirar aquela mulher do meu quarto”.

“De que mulher o senhor esta falando?”

“Aquela doida que esta gritando comigo e perguntando "onde esta o filho?".”

Laura foi até o quarto do paciente e não havia ninguém lá. Ela chamou o médico que disse que ele poderia estar alucinando e o sedaram. Quando ela voltou para seu posto seu telefone tocou, ela atendeu, seu corpo estremeceu de terror. A voz feminina vinda do outro lado lhe era conhecida.

“Onde esta meu filho? Por que você o tirou de mim?” – questionava a voz chorosa do outro lado da linha.

Laura começou a rezar. O fantasma da moça a estava assombrando, mas nada adiantou. Outras pessoas começaram a relatar que haviam visto o fantasma.

O tempo passou e Laura continuava vendo e escutando a verdadeira mãe de seu filho. Os pacientes da ala de câncer também continuaram a ver as aparições. O hospital tentando encobrir disse que era efeito de um medicamento para câncer, mas a população daqui não acreditou. Meses depois mudaram a ala de câncer para um prédio novo, mas o fantasma foi junto e as pessoas continuaram a ver o fantasma. Laura se demitiu e nunca mais viu o fantasma da mulher. Mas dizem o hospital ainda continua assombrado. Vários empregados do hospital já a viram andando pelos corredores do hospital perguntando pelo filho, os pacientes dizem que escutam alguém tocar na porta, mas quando abrem não tem ninguém.

O barril - História de Terror

Enquanto todos na festa questionavam entre si a recuperação mental de Fernando, ele observava a chuva fina pela janela do saguão de festa da mansão onde morava. Ele sabia o que as pessoas diziam, mas não se importava, pois ele mesmo questionava sua sanidade e ainda duvidava que pudesse ter uma vida normal. Depois da morte da mãe e namorada em um acidente de carro causado por sua embriagues, a culpa o levou a loucura e ao atentado à própria morte. Foi internado em um hospício recomendado pelo médico da família e o pai com medo de perder o filho aceitou.

Fernando ficou internado por três anos. Pelos relatórios dos médicos estava curado e o liberaram. Ele foi contra e quis ficar, disse ter pesadelos terríveis e temia uma recaída, mas o pai insistiu e ele foi para casa. O contato direto com a morte, primeiro perdendo duas pessoas amadas e depois com a tentativa de suicídio o deixou sensitivo.

“Ei, o que você esta fazendo? Você não pode ficar isolado na sua festa de boas vindas. As pessoas que estão aqui te amam e querem te ver felizes, muitos você não vê há muito tempo, vamos lá.” – Disse o pai abraçando-o.

“Tudo bem, mas estou um pouco cansado, em algum tempo vou me deitar.”

“Parece-me uma boa idéia filho, mandei arrumar se quarto do jeito que você gosta e vai te fazer bem dormir em um ambiente alegre, bem diferente do hospital.”

Os dois saíram abraçados em direção aos convidados que os receberam com alegria. Fernando conversou com amigos e parentes relembrando momentos de felicidade do passado. O ambiente era de festa e alegria, parecia que todos haviam esquecido as tragédias ocorridas com o pobre rapaz.

Fernando subiu para seu quarto e olhou com grande surpresa a beleza da decoração que seu pai mandara fazer. A parede pintada de verde que era sua cor favorita, pequenas esculturas de animais selvagens que era sua paixão e pela qual passava horas lendo e estudando. Uma cama de casal e uma televisão gigantesca se destacavam pela beleza.

Deitou-se na cama pensando na festa, há muito tempo não se sentia tão feliz. Talvez os médicos estivessem certos e ele realmente poderia viver uma vida normal fora do hospício e algum tempo depois adormeceu fazendo planos para o futuro.

Fernando despertou-se com o ar gelado tocando nele. Abriu os olhos e estremeceu, estava de volta no hospício. Perguntas sem respostas giravam em sua cabeça. Acabou por decidir que sua liberação, a festa e seu quarto não passavam de um sonho provocado pelo desequilíbrio mental e chorou virado para a parede.

Um grito vindo do lado de fora lhe chamou a atenção e olhando em volta percebeu que algo estava estranho. Algo não estava coerente com a realidade. Tentou abrir a porta do quarto, mas esta estava trancada, então começou a bater. Em alguns instantes a pequena janela na porta de metal se abriu.

“Fernando, que bom te ver.” – disse o homem do lado de fora.

“Diego, te internaram de novo? Você foi liberado há tantos meses.”

“Você sabe, uma vez aqui, agente nunca mais sai.”

“Deixe-me sair.”< “Claro vamos dar uma volta pelo pátio.” Diego era o único amigo de Fernando no hospício, apesar da diferença de idade entre eles os dois se davam muito bem. Havia sido internado depois do desaparecimento da esposa que supostamente havia fugido com boa parte de sua fortuna. Ele era um grande produtor de cachaça e sua esposa cuidava das finanças do negócio até que ela desapareceu com o dinheiro quase levando Diego a falência. A porta do quarto de se abriu. Diego sorriu momentaneamente, mas agora seu rosto expressava dor. Por de trás dele apareceu uma mulher e lhe agarrou pelos cabelos. Ele tentava respirar, mas não podia, a dor era insuportável e sangue saia por sua boca. Fernando pôde ver a ponta de metal saindo pelo peito do amigo. Olhava tudo com terror e tentou se afastar, mas foi impedido pelas paredes do quarto. Não tinha para onde ir e estava com medo. A mulher misteriosa que assassinara seu amigo o deixou cair no chão. Seu rosto voltado para Fernando ainda expressava dor, mas pelos olhos ele notou que não havia vida em seu amigo e ele gritou aterrorizado. Ela por sua vez andava lentamente em direção a sua nova presa que continuava gritando com os olhos fechados, pois não podia suportar a situação de terror. Ele sentiu mãos segurando-lhe os braços e escutou uma voz conhecida, era seu pai. “Acorda você esta tendo um pesadelo.” – disse seu pai enquanto sacudia seu corpo. Ele abriu os olhos e uma vez mais estava em seu quarto. Seu pai o abraçava e o confortava tentando aliviar o desespero do filho. “Conte-me o que aconteceu.” “Nada pai, somente um pesadelo. Sonhei que uma mulher esfaqueava Diego e depois tentou me matar também. Tem meses que não nos vemos ou falamos, vou ligar para ele amanhã.” “Esta bem, agora volte a dormir e toma esse remédio. O médico disse para tomar se os pesadelos voltarem.” Na manhã seguinte ele foi buscar o telefone do amigo para checar se estava tudo bem. As noticias não foram agradáveis. Diego havia se matado há quatro dias e havia sido enterrado em sua cidade natal. Enquanto desligava o telefone a governanta da casa o chamou. “Tem uma entrega pra você lá fora, e pelo visto é uma coisa grande.” Os dois foram para fora, o motorista do caminhão de entregas esperava por eles. Abrindo a porta traseira ele mostrou o que viera entregar. Era um barril gigante de cachaça, tinha mais ou menos três metros de altura e outros quatro de comprimento. “Vai ter muito pra beber ai doutor. Onde querem essa belezoca?” “Você tem o nome do remetente?” O homem entregou uma prancheta para Fernando e pediu que assinasse o recibo. Fernando gelou, pois achou muito estranho. O barril foi enviado por Diego no dia em que ele se matou. Por fim pediu ao motorista que colocasse no saguão de festas que com ajuda de uma máquina não se demorou. Apesar de não beber bebidas alcoólicas por causa dos remédios ele apreciou o presente do amigo. Seu pai dava muitas festas e com certeza os convidados iriam gostar da bebida, pois ele sabia que era de qualidade. Desde a chegada do barril coisas estranhas se passavam na casa que até então era bem calma. Luzes acendendo sozinhas, portas trancando pessoas dentro de quartos e o mais terrível, uma empregada contou que havia visto um fantasma caminhando pela casa. Os empregados da casa até diziam entre si que Fernando era o culpado dos fenômenos e além de louco estava possuído. Ele por sua vez estava cada dia pior. Dormia escutando musica alta e evitava conversar com as pessoas. A depressão, angustia e um sentimento de peso no corpo o deixavam mal humorado e triste. A vontade de suicídio uma vez mais retornou e a cada dia ele lutava para não concretizar o atentado. O pesadelo que tivera retornava diariamente. Certa noite Fernando estava deitado em sua cama relembrando do hospício quando sentiu um calafrio e escutou um suspiro vindo da porta de seu quarto. O terror tomou conta de sua mente, mas ele não conseguiu gritar, sua voz estava presa na garganta e ele estava sufocando. A mulher de seus pesadelos estava ali com ele. Sua aparência não era nada agradável. Seus cabelos negros e pele pálida estavam molhados. Ela estava vomitando e sufocando com o próprio vomito enquanto andava em direção a Fernando que sentiu algo lhe tocar os pés. O terror aumentou mais, pois duas mãos agarraram seus pés, o rosto da pessoa estava disforme, mas ele pode ver que era um homem e também vomitava. Os dois se aproximavam de Fernando lentamente, a expressão em seus rostos era ao mesmo tempo de ódio e suplica. “O que vocês querem?” “Ajuda...Aju.” – disse o homem enquanto se sufocava com o próprio vomito. Em milésimos de segundos a cena desapareceu e Fernando estava só em seu quarto uma vez mais. Seu corpo tremia e notou que tinha urinado. Começou a chorar, pois pensava ter caído na loucura uma vez mais. Alguém tocou na porta e entrou, era seu pai, tinha escutado seu choro e foi ver o que era. Fernando lhe contou a história e seu pai escutou tudo calado. “Nossa filho, isso ta parecendo mais uma história de terror. Espero que você não esteja assistindo filmes assustadores, o médico disse que não é bom.” “Pai eu estou bem, tomo meus remédios todos os dias e nem gosto de filmes ou histórias de terror, minha mente não esta fantasiando.” “Não pensa que esteja vendo fantasmas não é?” “Não sei, parecem muito reais. Eu já tive centenas de alucinações, mas essas são diferentes. E tem outra coisa, aquele barril no saguão de festas, algo me intriga. Comecei a ter esses pesadelos desde que ele chegou.” “Coincidência filho, o barril chegou um dia depois de você. De qualquer maneira em alguns dias ele vai estar vazio e eu mando jogar ele fora. Em todas as festas ou reuniões os convidados adoram a bebida e ele já esta pela metade. Na próxima semana eu vou dar aquela festa anual da empresa, tenho certeza que a bebida vai acabar. Tira essas coisas da sua cabeça, amanhã cedo vamos ver seu médico.” Na manhã seguinte os dois foram ao médico que receitou alguns medicamentos extras, mas não quis voltar a internar Fernando. Disse ainda que pelos resultados dos exames Fernando se encontrava em ótima condições mentais e que as alucinações eram inexplicáveis por isso optou em dar-lhe mais remédios. Chegou o dia da festa anual da empresa de seu pai e Fernando estava animado com o movimento da casa, pois os empregados estavam ocupados com os preparativos. Já eram cinco da tarde e ele estava observando as pessoas indo e vindo do salão carregando bebidas e comida. Sentiu um cansaço repentino e decidiu ir descansar um pouco antes da festa. “Você vai participar da festa filho?” – perguntou seu pai se aproximando. “Claro, quero conhecer seus empregados. Depois de tanto tempo muitos devem ter mudado.” “É verdade, a maioria não te conhecem.” “Eu vou ir deitar um pouco antes da festa estou me sentindo muito cansado. Eu sei que a festa esta marcada para as sete da noite, mas comecem sem mim, vou descer ali pelas nove.” “Não tem problema.” Fernando foi para seu quarto, deitou-se e dormiu imediatamente após sua cabeça tocar o travesseiro, sentiu um frio repentino e cobriu-se inconscientemente. Não pode ver os dois fantasmas olhando para ele enquanto dormia. Um de cada lado da cama o observando seriamente. “Isso já foi longe demais, hoje serei clara e direta e ele vai ter que fazer o que agente quer.” – Disse a mulher olhando seu parceiro que somente respondeu balançando a cabeça em sinal positivo. Horas depois Fernando acordou com alguém gritando seu nome. O quarto estava escuro, iluminado apenas com a luz fraca passando pela cortina que cobria a janela. Tateou o criado mudo ao lado de sua cama até tocar a porcelana fria de seu abajur e enfim o botão para acendê-lo. Ainda um pouco sonolento olhou para o outro lado da cama de onde veio o grito. Ele gritou intensamente ao ver que em seu quarto estava o barril e seu amigo Diego sentado em cima dele. “Que maravilha de barril Fernando.” – disse Diego. “O que você esta fazendo aqui? Você esta morto.” “Morto... eu não usaria esse termo, mas deixa isso pra lá. Você não vai pra festa?” “Diego, esse barril é maldito. Desde que eu recebi só tem acontecido coisas ruins por aqui.” “Deixe de bobagem Fernando. Eu te mandei esse barril porque eu sabia que você não bebia, eu não sabia que seu pai ia esvaziar ele tão rápido. Vai pra festa e não deixa ninguém tomar a bebida. O barril não pode esvaziar, nunca. Rápido vai logo.” “Desde a chegada desse barril eu tenho visto dois fantasmas, um homem e uma mulher. De alguma maneira eu sei que alguma coisa tem ai.” Diego mudou a cara de repente, raiva e ódio tomaram conta de sua forma que se aproximava de Fernando que andava para traz. Eles escutaram sussurros no quarto e quando olharam em volta o casal fantasma estava com eles. A imagem de Diego começou a desaparecer, mas foi impedida pelo homem que o segurava firme.< “Se você quer ser livrar de nós vai para a festa de seu pai e destrói o barril, a bebida esta envenenada. Estamos tentando te ajudar.” – disse a mulher. “Você vai acreditar nessa idiota ou em seu amigo? Eu só não quero que o barril esvazie é só isso.” Fernando vestia somente um short e sandálias saiu correndo de seu quarto e foi em direção ao salão de festas. Um dos empregados o vendo-o correr em direção à festa tentou impedi-lo, pois sabia de sua condição mental e não queria que seu pai fosse envergonhado na frente dos convidados. Fernando empurrou-o no chão e continuou até chegar ao salão de festas. “Ninguém tome a bebida desse barril, ela esta envenenada.” – disse Fernando dando um tapa na mão de um dos convidados que aproximava o copo da boca fazendo o copo estilhaçar no chão. Os convidados da festa o olhavam aterrorizados, alguns tentavam vomitar a bebida outros jogavam os copos no chão pedindo explicação para o que acabaram de ouvir. O pai de Fernando veio correndo sua direção assustado com aquela revelação e a aparência de seu filho. “Eu não fiz nada, mas os fantasmas que eu venho vendo faz um tempo acabaram de me dizer.” A expressão no rosto de seu pai mudou de assustado para triste, seu filho realmente não estava curado. Qualquer um mesmo não sendo médico sabia que ele não era normal. “Vamos ir para seu quarto e conversar, você não esta bem.” “Você não acredita em mim não é pai? Seu filho louco não pode estar dizendo a verdade sobre fantasmas não é? – gritou Fernando puxando seus cabelos e deixando seu corpo cair no chão. Seu choro podia ser escutado em todo salão onde os convidados confusos assistiam a cena familiar. Acenando dois seguranças da festa seu pai ajudou a carregá-lo até seu quarto onde pediu que um dos seguranças que guardasse a porta e não o deixasse sair e voltou para a festa. “Desculpem meus amigos, mas meu filho não esta bem mentalmente. Tudo foi invenção de sua cabeça e não tem nada errado com essa bebida eu lhes mostro.” – disse enchendo um copo com a cachaça do barril e tomando até a ultima gota. “Viram, posso garantir, eu e muitas outras pessoas já tomamos dessa bebida e nada aconteceu. Agora voltemos à festa.” Os convidados pareciam estar mais tranqüilos, porem sentiam-se mal por ele que depois de ter perdido a esposa havia ficado com um filho louco para cuidar sozinho. >Enquanto isso Fernando estava em seu quarto chorando e o fantasma da mulher o observava pacientemente.

“Você sempre foi fraco, posso ver em você o exemplo feio da fraqueza que algumas pessoas carregam por toda a vida. Usou a morte da mãe e da namorada para se entregar a loucura e recusa-se a sair dela. Sempre foi mais fácil não é?”

“O que você quer? Deixe-me em paz. Olhe sua cara, esta toda podre, você fede. Some daqui.” – disse Fernando com ódio.<

“Não. Eu vou estar com você para sempre, quando você acordar de madrugada eu estarei lá. Quando estiver comendo, se vestindo, qualquer coisa eu estarei lá, vou te atormentar até o dia em que você se matar assim como o Diego.”

“Por favor não. O que você quer?”

“Destrói o barril e eu vou embora. Eu quero ver ele em pedaços e depois queimado, eu te prometo nós vamos te atormentar se você não fizer isso agora, é sua última chance.”

Fernando fechou os olhos sentiu uma vez mais o ar ao seu redor congelar, os dois fantasmas que o atormentavam estavam à sua frente. Ele sentiu suas mãos geladas e úmidas tocando seu rosto e uma vez mais sentiu um que nunca houvera sentido. O barril veio a sua mente e um sentimento de ódio e repugna pelo objeto veio a sua cabeça e a partir daquele momento ele decidiu que o barril seria destruído custe o que custasse. Ele abriu os olhos e os fantasmas tinham desaparecido. O plano para destruir o barril já estava armado em sua cabeça. Quando abriu a porta do quarto o segurança o barrou.

“Por instruções de seu pai você vai ficar ai até o final da noite.”

Ele voltou para o quarto e fechou a porta. Olhou para a única saída disponível a sacada de seu quarto. Caminhou até lá e olhou para o jardim, apesar de ele estar somente no segundo andar a queda lhe parecia grande. Notou que do lado de fora da sacada havia um pequeno parapeito, no qual ele poderia caminhar apoiando se na grade e enfim saltar para a grade do muro e de lá seria fácil apoiar-se para descer.

Alguns minutos depois ele estava no térreo onde foi até um cômodo onde os empregados guardavam ferramentas e agarrou o machado que estava pendurado na parede. Pela primeira vez em sua vida estava determinado a fazer algo que ninguém pudesse impedir. Seguiu em direção ao salão de festas onde um dos seguranças avistou-o de longe e correu ao seu encontro.

“O que você esta fazendo rapaz, volta para o seu quarto como seu pai mandou.” – indagou o segurança que mal pode terminar de falar.

Com a parte de trás do machado Fernando acertou a testa do segurança sem pensar na vida do homem ou mesmo em possíveis conseqüências de seu ato. A fúria que sentia com aquele barril bloqueava todos seus pensamentos e seu foco era destruí-lo.

Enfim entrou no salão de festas ainda vestindo somente um short. A visão do rapaz parcialmente nu com um machado na mão fez com que vários dos convidados saíssem da festa às pressas, outros porém, ficaram para ver o espetáculo.

“Fernando meu filho, solta esse machado.” – ordenou seu pai.

Uma vez mais sem pensar ele acertou o rosto de seu pai com a ponta do cabo do machado fazendo-o desmaiar no chão. Olhou para o barril, ali estavam os três fantasmas. A mulher ansiosa para que sua vontade fosse consumada enquanto o homem parecia torturar Diego que gritava ao amigo.

“Não Fernando, não faz isso.”

Fernando se aproximou do barril ergueu seu braço, concentrou toda a força do seu corpo no cabo do machado e acertou a lâmina afiada do lado do barril. O liquido jorrou pela fenda e ele continuou dando golpes consecutivos no barril. Para o horror de todos os presentes vendo aquela cena que por si já era terrível, uma mão humana saiu pelo pequeno buraco aberto. Com a palma para cima todos podiam ver sua pele apodrecida. Os convidados da festa vomitaram ao descobrirem que tomaram uma bebida contaminada por um cadáver humano.

Um novo tormento se apoderou de Fernando que a partir daí decidiu a acertar o machado na chapa metálica na extremidade do barril a qual sustentava todas as vigas de madeira juntas. Cada vez mais forte ele acertava o metal, o barulho ensurdecedor deixava as pessoas mais nervosas. O metal cedeu o peso da bebida fez com que as vigas cedessem fazendo o barril despedaçar. Uma multidão de gritos tomou conta do lugar, pois alem da bebida, dois corpos putrefatos se estendiam pelo chão. Um dos corpos, de aparência masculina, tinha o rosto todo disforme, devia ter sido morto a pancada na cabeça. Fernando não escutava nada, estava hipnotizado pelo que acabara de descobrir.

Algumas horas depois a policia chegou ao local. Um dos policiais contou que a esposa de Diego supostamente havia fugido com seu amante e boa parte do dinheiro, mas agora descobriram que os dois foram assassinados antes da fuga e Diego havia escondido os corpos no barril. Fernando foi preso, acusado de cumplicidade no crime e foi mandado de volta ao hospício onde vive há mais de vinte anos. Os espíritos o deixaram em paz, mas sua sanidade foi abalada para sempre.

Ritual macabro-história de terror

Já era noite quando quatro amigos chegaram a uma cabine nas montanhas geladas de Montana nos Estados Unidos que alugaram para passar o fim de semana. A neve cobria a casa e os pinheiros em volta e o vento gelado cortava seus rostos com força. Eles olharam para o céu e viram a lua cheia de trás de uma camada grossa e vermelha de nevoeiro. Sorriram uns para os outros, a noite estava mais que perfeita para seus planos.

Eles entraram na cabine, olharam todos os cômodos para confirmar que não havia ninguém. Dois deles foram para fora trazer a bagagem e os outros dois ficaram na sala. Eles foram arrastando os moveis formando um círculo. Quando tudo estava limpo, trouxeram a mesa de jantar para o meio.

Nesse momento os dois que foram para fora entraram na sala carregando um corpo de mulher. Ela estava amarrada e amordaçada. A colocaram em cima da mesa e amarraram seus braços. A mulher chorava e se debatia. Não sabia o que iria acontecer e o que aqueles homens queriam com ela.

Rapidamente eles começaram a espalhar velas pretas, vermelhas e brancas por toda casa. Quando terminaram vieram ao redor da mesa. Um deles colocou uma cruz virada para baixo em seu ventre. Cada um deles tirou um punhal de seus bolsos e fizeram um corte profundo em cada membro da mulher que gritava e se contorcia. O sangue que saia dela era colocado em pequenos vasos de metal. Depois de um tempo eles molharam suas mãos no sangue e esfregaram no rosto deixando a pele vermelha.

Eles deram a mãos formando um circulo em volta da mulher e começaram a repetir as palavras do ritual. Passados alguns minutos a mulher começou a se contorcer mais forte e a gritar com uma voz que não era a sua. Os quatro gritavam o encanto cada vez mais alto até que as velas se apagaram. A cabine ficou completamente escura. Eles se espalharam pela sala tentando acender as velas. Não foi preciso procurar muito porque elas se acenderam por si.

Eles se assustaram ao ver que a mulher não mais estava amarrada na mesa. Ela estava de pé, seus olhos estavam brancos e sua pele pálida como a de um morto. O ritual para invocar o demônio tinha funcionado.

“Vocês chamaram, eu estou aqui. O que querem?” – disse a mulher com uma voz grossa e rouca.

“Queremos te servir, em troca de alguns favores é claro.” – respondeu um deles.

A mulher soltou uma gargalhada que fez as paredes da casa tremer. Os quatro também tremiam de medo e terror e então eles se ajoelharam.

“Idiotas vocês, acham que podem exigir favores meus? Vou levar vocês para falar direto com o diabo.” - disse ela pulando em cima de um deles.

Ela enforcou o primeiro até a morte, os outros três desesperados tentaram fugir, mas não puderam abrir as portas nem janelas, a casa estava lacrada.

“Agora experimentem um pouco do que vão sofrer no inferno, sua nova casa.”

Dizendo isso ela soltou um grito ensurdecedor, os três que ainda estavam vivos caíram no chão tentando tapar os ouvidos, mas era em vão, pois o grito estava dentro de suas cabeças. A mulher andou em direção a porta, cada passo que dava deixava uma marca de fogo no chão. Ela saiu da casa e fechou a porta, olhou para dentro por uma das janelas e balbuciando algo fez o fogo das velas e de suas pegadas se espalharem.

Ela se afastou da cabine que em minutos estava toda em chamas. Observando os homens dentro batendo no vidro jogando cadeiras tentando quebrar o vidro enquanto seus corpos queimavam pouco a pouco ela se contorcia dando gargalhadas.

Horas depois a polícia e os bombeiros encontraram o corpo da mulher deitada na neve e a casa ainda em chamas. A mulher sobreviveu, mas foi incapaz de dizer como foi parar naquele lugar. Nenhum corpo foi encontrado dentro da casa.

New Bedford, A Cidade Macabra

Quando nos mudamos para uma cidade nova nunca sabemos o que vamos encontrar. Como as pessoas nos receberam? Que tipos de hábitos têm as pessoas que vivem ali? Quem morava na casa onde me mudei? Por que se mudaram? Eu sempre me fiz essas perguntas quando me mudava de uma casa a outra e nos primeiros meses ainda tinha medo de descobrir alguma coisa obscura sobre o lugar onde vivia. Em muitos casos seria melhor não saber...

Cintia decidiu mudar-se para o interior e deixar a vida agitada da capital para escrever seus romances com mais tranqüilidade e o principal, esquecer todos os problemas com o divorcio recente. Mudou-se então para New Bedford – Massachusetts nos Estados Unidos onde passou a viver só. Estava feliz, encontrou a casa dos seus sonhos e os moradores dos arredores a receberam muito bem.

Em seu primeiro dia na cidade alguns dos vizinhos fizeram uma pequena reunião de boas vindas para ela. A festa terminou já na madrugada e ela voltou pra casa andando. Quando chegou notou que tudo estava muito escuro. Ela abriu a porta da frente e tentou acender as luzes, mas nenhuma funcionou. Então saiu da casa e entrou pela garagem que tinha a porta meio aberta por causa da mudança, com a luz que vinha de fora podia enxergar um pouco e pode encontrar uma lanterna, que estava com a pilha fraca, mas já ajudava. Escutou um barulho na porta e quando olhou a porta estava se fechando, Cintia correu para segura-la, mas a porta era muito pesada e se fechou.

Ela tremeu de medo, odiava estar trancada e no escuro. Continuou procurando a caixa de fusíveis sem sucesso, não podia encontrar por nada então decidiu subir para o quarto e dormir. Quando a lanterna iluminou a escada que dava para sua sala Cintia gritou, ela viu três pessoas em pé nos degraus olhando para ela, eram um casal mais de idade e um jovem que não parecia ter seus vinte anos. A lanterna caiu no chão e se apagou, tateando o chão ela conseguiu achar a lanterna e iluminou a escada, não havia ninguém lá. Olhou em volta da garagem viu que os três estavam atrás dela e então começou a gritar novamente.

“Fuja daqui, vai embora e não volte. Conte para a policia de outra cidade que nós fomos assassinados pelos vizinhos, a policia daqui também esta envolvida. Alguns moradores da cidade pertencem a uma seita satânica e vão te matar se desconfiarem que você suspeita de algo, assim como fizeram conosco.” – disse a mulher fantasma chorando.

Cintia subiu as escadas e entrou na sala que estava com as luzes acesas. Uma mão agarrou seu ombro, ela gritou novamente, quando olhou que era viu Jack, um dos vizinhos que a convidou para a festa de boas vindas.

“Escutei gritos quando estava indo embora e vim ver o que era, a porta estava aberta então entrei” – explicou ele.

Tomando fôlego Cintia começou a explicar porque tinha gritado, das luzes apagadas e dos fantasmas quando sentiu algo picar seu braço. Ela olhou o que era e viu uma seringa espetada no braço.

“O que eu fiz?” – pensou Cintia enquanto desmaiava.

Algumas horas depois Cintia acordou com frio, ainda sonolenta por causa do sonífero via tudo borrado. Sentia que estava nua, deitada em uma pedra fria e amarrada pelos membros. Apesar de ser noite havia muita luz vindo de tochas que a rodeavam. Pelo vento forte e frio que sentia percebeu que estava ao ar livre. Tentou gritar mas sua boca estava cheia de panos e tampada com tape. Sua visão começou a clarear e ela viu varias pessoas encapuzadas a rodeando e sussurrando palavras que ela não podia entender.

“Nós tentamos deixar você de fora disso, esses espíritos sempre tem que estragar tudo.” – Disse Jack tirando o capuz enquanto Cintia se contorcia.

Outra pessoa apareceu do outro lado da pedra, Cintia só pode ver tórax masculino que estava nu e vestia uma mascara de diabo com chifres grandes. O homem tinha um punhal de prata na mão e balbuciava palavras que soavam como um ritual de ódio e perversão. Cintia viu o punhal sendo elevado acima de seu coração e fechou os olhos. Por um milésimo de segundo sentiu a dor do objeto penetrando seu coração.

Abrindo os olhos Cintia reconheceu o lugar, estava na casa onde havia se mudado. Sentados a sua frente estavam os três fantasmas que ela viu mais cedo. Sabendo que estava morta ela não se moveu. Escutou a história deles com calma e descobriu que ela estava presa ao lugar até que a seita fosse desfeita, para isso os quatro deveriam encontrar ajuda dos vivos.


Jonas jogou o controle da televisão no chão enquanto escutava a reportagem sobre o desaparecimento de sua irmã, Cintia Rice na cidade de New Bedford. Ele se irritava a cada vez que via o sensacionalismo que faziam em torno do desaparecimento da irmã. Decidiu então ir até lá investigar por si próprio, pois ele não via esforço suficiente da policia em resolver tal assunto.

Arrumou a mala e partiu durante a noite, não queria esperar mais nada. Olhou no bolso da jaqueta e conferiu, as chaves da casa da irmã estavam com ele. Ele estava decidido a ir encontrá-la, ela era a única pessoa da família que ele tinha e agora estava desaparecida.

Jonas morava em Nova York que estava a mais ou menos trezentos e setenta quilômetros de New Bedford então a viagem seria curta. Entrou no carro e partiu. Depois de viajar algum tempo ele avistou um homem velho e sujo com uma bicicleta na beira da estrada pedindo carona, os dois se olharam mas Jonas não parou, seguiu sua viagem e minutos depois nem se lembrava do homem que mais se parecia um mendigo, até que viu o mesmo homem na beira da estrada, só que não estava pedindo carona, estava andando e empurrando a bicicleta. Quando Jonas passou por ele os dois se encararam novamente e o mendigo sorriu. Jonas seguiu viagem mas agora estava assustado, não entendia como o homem apareceu à sua frente estando a pé.

Ele ficou com isso na cabeça e foi pensando em uma explicação razoável para o que viu. Quando olhou para o acostamento viu outro homem lá, porém esse estava bem vestido e estava deitado no asfalto com sangue ao seu redor. Jonas freou, desceu do carro e correu até ele.

“Você pode me escutar?” – perguntou Jonas tocando a testa do ferido.

O homem não respondeu, abriu os olhos, agarrou com força o pescoço de Jonas e começou a estrangulá-lo. Os dois se debateram até que o suposto ferido ficou por cima e o enforcava com fúria. Jonas sentia seu corpo em chamas por dentro.

“Você não deveria ter vindo se meter aqui, agora você vai morrer e seu espírito vai ser nosso.” – disse o homem com uma voz grossa e cheia de ódio.

“Deus me ajude, por favor, eu não quero morrer assim.” – disse Jonas já enxergando tudo embaçado e sentindo que iria desfalecer.

Até que ele escutou um urro de dor, sentiu as mãos soltarem seu pescoço e seu corpo retomou um pouco de força. Olhou para frente mas não viu o homem que vira à segundos atrás mas sim um demônio de pele marrom e asas podres, a criatura gritava e rolava no chão até que correu do local. Jonas viu outro homem que falava palavras que ele não podia entender, mas sabia que seja o que fosse tinha assustado o demônio dali. Quando seu corpo se recuperou viu que à sua frente estava o mendigo que pedia carona.

“Quem é você? Obrigado por me ajudar.” – perguntou Jonas, tentando se levantar.

“Um amigo. De agora em diante tenha mais cuidado, você esta entrando em território perigoso. Tenha força e fé, você vai precisar se quiser encontrar sua irmã.” – disse o homem já empurrando sua bicicleta e desaparecendo na escuridão da madrugada.

Os pensamentos passavam por sua cabeça mais rápido do que podia suportar. O que teria acontecido com sua irmã? Quem eram esses espíritos que invadiram sua vida em questão de horas? Os acontecimentos das últimas horas eram novos e o medo do desconhecido fazia seu coração disparar e seu corpo tremer. Sem pensar muito entrou no carro e seguiu a viagem, apesar de assustado não desistiu de ir encontrar Cintia, pois sentiu que ela precisava dele e ele nunca iria abandonar a irmã.

A viagem parecia mais longa do que previa, estava cansado, com sono e confuso. Estava passando por uma cidade que ficava no caminho de New Bedford quando avistou um cemitério. Sentiu uma agulhada no estomago de medo e acelerou para sair daquela rua o mais rápido possível. Quando estava passando pela portão do cemitério, não resistiu e olhou para dentro. A imagem o chocou, viu Cintia no lado de dentro. Jonas parou o carro e correu até lá quando se a aproximava Cintia correu para dentro e ele a seguiu. Ele mal podia enxergar na escuridão mas continuou seguindo a irmã, que parou de correr de correr de repente e virou-se para ele.

“Você é tão inocente. Agora vai ser meu” – disse ela gritando e rindo com uma voz tenebrosa.

Jonas gritou de pavor quando viu o que supostamente era sua irmã se transformar em uma mulher pálida, de pele podre, flutuando sobre o solo e começou a mover-se rápido em sua direção. Ele virou-se para sair do cemitério mas se deparou com a escuridão, não podia ver onde estava e nem a saída. Escolheu uma direção e correu, pois a fantasma estava por alcançá-lo. Os gemidos e gritos da mulher o faziam tremer de medo, estava desesperado, pois não achava a saída. Até que avistou uma luz vinda de um lado e correu em sua direção, quando se aproximou um pouco mais viu que a luz vinha dos faróis de seu carro. Ele sentiu um alivio pois sabia que um pouco mais iria sair dali, olhou para trás e a assombração ainda o perseguia.

Instantes depois ele estava dentro de seu carro, pisou no acelerador e saiu dali. Olhou para trás e viu que ainda estava sendo perseguido, fixou o olhar na assombração e viu que ela parou e acenou com um sorriso sínico. Jonas não entendeu a principio, mas quando olhou para frente viu que os faróis de um caminhão estavam à sua frente e se preparou para o choque.

Dias depois Jonas acordou no hospital, mal podia abrir os olhos de tanta dor que sentia no corpo. Viu um homem a sua frente, ele percebeu que era policial pela roupa que vestia. O policia viu que Jonas abria os olhos e se aproximou.

“Jonas, meu nome é Jack, eu sou o delegado de New Bedford”. – Disse o policial sorrindo para Jonas.

Jonas se esforçou para falar, mas não pode, pois sua boca estava adormecida e não podia mover a língua. Notando o esforço do rapaz Jack sorriu sinicamente para ele.

“Não se preocupe, estou tomando conta de você. Dorme tranqüilo.” – disse o policial injetando um liquido com uma seringa no soro de Jonas.

Passados mais alguns dias Jonas acordou novamente no quarto do hospital. Olhou em volta e não viu ninguém, estava só. Sentou-se na cama e sentiu que a dor que sentira quando acordara da primeira vez havia melhorado e somente lhe restava um pequeno mal estar e dormência nos nas pernas. Sentia-se confuso, tentou lembrar-se o que tinha acontecido e do acidente, mas por mais que se esforçasse sua ultima lembrança era a de quando estava entrando no carro para a sua viagem à New Bedford.

“Olha quem acordou, pensei que você iria dormir por cem anos.” – disse uma enfermeira entrando no quarto sorrindo para Jonas.

“Pelo visto estou sendo bem cuidado.”

“Não fale e não se esforce muito, vai demorar mais alguns dias a mais para você se recuperar.”

“Há quanto tempo estou nesse hospital?”

“Nove semanas.”

Jonas deu um pulo da cama, suas pernas estremeceram e ele se sentou. Não acreditava que estivera inconsciente por tanto tempo.

“Eu tenho que sair daqui. Já tiveram alguma noticia da minha irmã?” – questionou o rapaz.

“Ainda não. Agora não se preocupe com isso, você ainda não está curado. Preocupe-se com sua saúde primeiramente. Depois de curado você vai poder voltar a procurar sua irmã.” – disse a enfermeira com pena do rapaz.

“Eu nunca disse a ninguém que estava vindo procurar minha irmã.” – Indagou Jonas com um ar desconfiado.

“Bom, é a única coisa que eu posso imaginar que você veio fazer aqui nesse fim de mundo”. – respondeu a enfermeira meio desconcertada. “Agora chega de conversa, você precisa descansar mais.”

“Qual seu nome?” – perguntou Jonas.

Ela não respondeu, somente apontou para seu cartão de identificação sorrindo. Pegou uma injeção de sua bandeja e injetou o liquido no soro de Jonas. Sem dizer mais nada recolheu o material usado e foi saindo do quarto.

“Muito prazer Melissa” – disse Jonas para a enfermeira.

“O prazer é meu.” – respondeu ela com outro sorriso e fechou a porta.

Sentindo-se cansado Jonas se deitou na cama pensando em sua irmã, seus olhos ficaram pesados e em segundos ele adormeceu.

Quando abriu os olhos novamente não estava no hospital, olhou a sua volta e viu uma bela paisagem. Ele estava em um campo de grama alta e flores vermelhas, céu azul onde não se podia ver uma nuvem sequer e um lago de águas limpas que se destacava entre todas outras coisas. Confuso, Jonas procurava uma explicação, “será que eu morri?”, perguntava-se. Começou a andar em direção ao lago, pois era a única coisa diferente que ele podia avistar.

Aproximando-se do lago sentiu um frio repentino e tudo mudou. A grama e as flores secaram e se transformaram em cinzas, o céu agora estava negro e chovia cinzas. A água do lado se transformou em lava que transbordava em direção a Jonas inundando tudo ao redor.

Escutou passos atrás de si e virou-se para ver quem era. Seu grito ecoou pelo lugar e a criatura que a este momento estava quase aos seus pés riu mostrando seus dentes podres e pontiagudos. O que Jonas viu era um ser estranho, medonho, daqueles que as pessoas encontram nos piores pesadelos. Tinha mais ou menos um metro de altura e a pele muito clara e cheia de feridas. Rastejava-se pelo chão usando as mãos e pés deformados para se locomover.

“Erros, erros, você só comete erros. Por que não obedeceu nosso aviso e foi embora? Agora seu tempo esta esgotando e você vai se dar mal. Olhe para mim, isso é seu futuro, você será igual a mim. Eles podem fazer de você o que quiserem.” - disse a criatura de voz aguda enquanto rodeava Jonas.

Jonas estava certo que tinha morrido e ido para o inferno seu grito ecoou uma vez mais dando satisfação ao monstro que o torturava a mente. Olhava ao seu redor e viu que não havia saída dali. A criatura parou na frente de Jonas rindo com sua voz metálica e mostrando seus dentes.

“Agora morre.” – disse enquanto empurrava Jonas na lava.

Jonas sentiu seu corpo caindo e o calor da lava aproximando de seu corpo, porém quando atingiu a lava ele se viu mergulhado em água. A água estava escura, mas infelizmente ele podia enxergar e viu dezenas de corpos a sua volta que apesar de serem cadáveres de alguma maneira ele sentia que os corpos o seguravam. Ele estava se sufocando e se debatendo tentando se livrar dos cadáveres que o prendiam dentro da água quando de repente viu o rosto de sua irmã entre os mortos. Observando o corpo pálido de sua irmã ele parou de se debater, havia se entregado ao destino, qualquer fosse aquilo que ele estava experimentando, pois pouca razão havia para sua existência. Sua busca terminara, sua irmã estava morta e assim como ele e pelo que parecia ambos estavam presos no inferno para a tortura eterna.

“Não.” – gritou Cintia fazendo bolhas se espalhar pela água e abrindo seus olhos vazios e brancos.

Ele sentiu uma mão lhe puxando e foi sendo levado para baixo como que tragado por um tornado. Ainda com falta de ar suas vistas foram escurecendo assim como o lugar, seu corpo já não respondia seus comandos, sua mente já não se concentrava e seus olhos fecharam.

Terror Em Waverly Hills Sanitarium-Historia de terror


Waverly Hills Sanitarium foi aberto em 1926 para o tratamento da tuberculose, conhecida também como “Morte Branca (White Death)”, durante a epidemia que vinha se espalhando com força total pelos Estados Unidos. Estima-se que mais de sessenta e quatro mil pessoas morreram nesse hospital, não somente de tuberculose, vários suicídios ocorreram por médicos, enfermeiras bem como os enfermos que não agüentavam o sofrimento (ou culpa). Mas isso é somente o começo da tragédia, Waverly Hills Sanitarium foi lugar para experiências terríveis e dolorosas na busca da cura da tuberculose, milhares de pessoas morreram durante essas experiências. Entre os procedimentos estavam a Pneumothorax que consiste in desinflar o pulmão para ajudar na cura ou Thoracoplasty, um procedimento muito doloroso que remove algumas costelas para que o pulmão tenha mais espaço para expandir, o problema era que com a grande demanda por anestésicos alguns pacientes eram operados às pressas sem o uso dos mesmos. Desses dois procedimentos somente 4% dos pacientes sobreviveram, porém dizem que houveram outras experiências não documentadas. Vestígios foram encontrados mas pela falta de interesse da policia tais experiências nunca foram comprovadas. Já nos anos 50 a tuberculose foi quase completamente erradicada e o sanatório foi fechado em 1961 para ser reaberto em 1962 como asilo para idosos com problemas mentais. Em 1982 o asilo foi fechado por abuso aos idosos.

Varias pessoas que visitaram o lugar estavam seguras de que tinham visto fantasmas e presenciaram portas batendo e gritos pelos corredores e quartos. O vigia que trabalhou no local durante seis meses depois do fechamento do asilo afirma que durante esse tempo sempre teve vontade de se matar:

“Eu fazia rondas pelo asilo e me sentia triste, olhava as janelas e queria saltar. Somente coisas ruins passavam pela minha cabeça e eu tinha vontade de fazer o mal.” – relatou.

A depressão tomou sua mente até que ele decidiu demitir-se, retomando o controle e a felicidade de sua vida logo após.

Sara Johnson, enfermeira do asilo presa em 1984 por torturar pacientes relatou que “as vozes me mandavam fazer”. Ela dizia que não queria machucar ninguém, mas tinha medo porque os supostos espíritos diziam que iriam matar ela e sua família se ela não obedecesse.

Em 1993 um grupo de quatro médiuns e dois estudantes da paranormalidade foram até o Waverly Hills Sanitarium para estudar os fenômenos que vinham acontecendo no lugar. Tom Ashe, Billie Mason, Charlie Stanley e Scott Mark eram os médiuns e David Price e Spencer Jackson os estudantes. Decidiram passar a noite somente com algumas lanternas, gravadores de voz e um pouco comida. Chegaram ao local às sete da noite e começaram a planificar a jornada noturna.

“Acho que deveríamos fazer grupos de dois e cada grupo fica em um andar diferente.” – disse David Price com voz excitada.

“Olha, eu e o Dr. Tom somos médiuns experientes e não precisamos de companhia. Eu pelo menos me concentro melhor quando estou só.” – respondeu Billie Mason.

“Concordo com você Billie, eu prefiro ir sozinho por que eu acho que a energia de outras pessoas atrapalha a minha conexão com os espíritos.” – confirmou Tom Ashe aos companheiros.

“Vamos fazer assim, Tom e Billie vão sozinhos, eu vou com David e Spencer vai com o Charlie. Estamos de acordo?” – disse Scott.

“Parece um bom plano, eu não quero ir sozinho.” - concordou Charlie.

“Eu coloquei as áreas do prédio mais interessantes no papel e picotei, cada grupo pega um papel dizendo a ala que vai passar a noite, achei que seria bom deixar o destino escolher a área que cada grupo vai.” – disse David.

Tom foi o primeiro a escolher um papel.

“Túnel dos mortos, interessante.” – disse Tom com ar desapontado, ele queria ir para o quinto andar pois sabia que era o lugar mais assombrado.

“Wow, estou com sorte Tom, tirei o quinto andar.” – disse Billie sorrindo para Tom.

“Minha vez.” – disse Spencer pegando um papel. “Ficamos com o quarto andar Charlie.” – completou lendo o papel.

“Então nos restou o térreo e o refeitório Scott.” – disse David mostrando o papel aos demais. “Vamos começar para não perder tempo, eu preciso de muito material para escrever a reportagem para a revista onde trabalho e fazer jus aos gastos da pesquisa.” – completou.

“Certo, mas antes de começar devemos fazer uma oração. Dêem as mãos e vamos formar um circulo.” – disse Tom pegando a mão de Billie.

Tom era o médium mais poderoso entre eles e vinha estudando espíritos desde os dez anos quando começou a ver e conversar com espíritos, dizia que ele vivia nos dois mundos ao mesmo tempo.< “Por favor Deus, envie-nos bons espíritos para nos guiar e nos ajudar durante essa jornada. Proteja-nos daqueles que profanam Seu nome, guie-nos pelo caminho da luz e não nos deixe perder na escuridão.” – Orou Tom, abriu o olho para ver centenas de pontos de luz girando em torno do circulo feito pelos seis e sentiu-se tranqüilo. “Ajustem seus relógios para mesma hora, são 7:22 pm, vamos nos encontrar aqui na entrada as 6:00 am em ponto.” – disse David. Os seis soltaram as mãos e entraram no prédio abandonado. David e Scott que ficariam no térreo se separaram do grupo e andaram em direção a ala dos quartos. Os demais foram para as escadas. Tom desceu para o túnel dos mortos e os outros subiram para seus andares designados.


Em seguida são as gravações das fitas que cada grupo levou consigo.< Tom Ashe – Túnel dos Mortos


8:03 pm “O Túnel dos Mortos é um local muito famoso e muito assombrado também, ele foi construído inicialmente para que os empregados do hospital pudessem entrar e sair sem passarem pela portaria bem como transportar suprimentos para dentro, esse túnel vai do hospital até o trilho de trem que passa por perto. Quando muitas pessoas começaram a morrer e o túnel foi utilizado para transportar os corpos diretamente para os trilhos assim não baixavam a moral dos pacientes. Eu estou sentindo vibrações péssimas aqui, milhares de corpos passaram por esse túnel, eu posso sentir um tipo de fúria dos espíritos que viram seus corpos sendo empilhados para transporte, posso ver algumas pessoas gritando e chorando, médicos e enfermeiras continuam aqui trabalhando como se ainda estivessem vivos. Eu vou mediar um pouco e orar por eles.”

2:20 am “Depois de muita meditação pude me conectar com um espírito de uma mulher que morreu de tuberculose durante uma cirurgia mal sucedida. Ela não sabe que esta morta e não pode entender, me disse que esta esperando seu filho vir, eu disse que talvez ele não viesse, ela então se descontrolou, seu rosto perdeu a forma e tentou me atacar fisicamente, mas desapareceu logo após me chamar de mentiroso, eu não consegui trazer-la de volta.”

4:09 am “Eu estava dormindo, alguém me acordou tocando no meu ombro e me chamou pelo nome, quando olhei havia centenas de espíritos a minha volta, estavam me xingando, outros me mandando ir embora dizendo que era mais seguro, alguns sussurravam aos meus ouvidos tentando me controlar de alguma maneira, eu me concentrei e os afastei pelo método da meditação, alguns ainda estão aqui tentando me controlar ou possuir.”

5:35 am “Não estou mais agüentando, não me sinto seguro, meu corpo esta muito cansado e não consigo concentrar, alguns espíritos me dizem que eu nunca vou sair daqui vivo e que eu deveria me matar para evitar a dor que eles vão me causar. Vou sair do prédio o quanto antes.”

5:42 “Minha lanterna se apagou, a luz do meu relógio esta muito fraca e não consigo encontrar a saída, o túnel é por baixo da terra e não tem iluminação nenhuma, não estou enxergando por onde ando e de tempo em tempo algo me empurra violentamente e me faz girar e perder a direção para onde estava indo, não sinto tanto medo desde minha infância.”

Horário desconhecido: “Não sei que horas podem ser a luz do meu relógio não funciona, estou no escuro e perdido, não sei por quanto tempo estou andando, com sorte os outros estão vindo me procurar. Tem alguma coisa me empurrando, estão tentando me machucar.” (A voz de Tom fica longe do gravador, somente se escuta gritos e sussurros por um tempo, a voz de Tom ainda esta longe mas ele esta gritando e chorando). “MEU DEUS ME AJUDA, ENVIE-ME BONS ESPÍRITOS PARA ME GUIAR E ME AJUDAR DURANTE ESSA JORNADA. PROTEJA-ME DAQUELES QUE PROFANAM SEU NOME, GUIE-ME PELO CAMINHO DA LUZ E NÃO ME DEIXE PERDER NA ESCURIDÃO.” (Segundos depois a voz de Tom novamente se aproxima do gravador). “Esta tudo claro, espíritos de luz então me mostrando o caminho da saída, me cercaram e isso mantém as sombras longe de mim estou correndo o mais rápido que posso. Graças a Deus estou fora do túnel, posso ver a saída do prédio, minha jornada terminou, estou preocupado com meus amigos quem são muito inexperientes mas não vou atrás deles por agora.”

Spencer Jackson e Charlie Stanley – Quarto Andar


8:34pm Spencer: “Eu, Spencer e Charlie estamos no quarto andar do prédio, onde foram reportadas varias aparições de todas as épocas, Charlie sentiu uma energia muito negativa em um dos quartos e vamos ficar por aqui por um tempo tentando fazer contato com espíritos.”

“Charlie esta em transe já faz uns 40 minutos e não responde aos meus chamados, ele esta com o olho revirado e sussurrando algumas palavras mas eu não entendo o que ele diz.”

Spencer: “Criança? Charlie você ta me escutando? Charlie? Você esta vendo uma criança? Você pode me dar a descrição dessa criança? Pergunte quem é ela e por que esta aqui. Charlie esta apontando para a porta, mas não vejo nada lá, vou sair do quarto e olhar lá fora pois estou escutando barulho de algo quicando no chão, estou vendo uma menina de uns cinco anos aproximadamente brincar com uma bola no corredor, vou tentar me aproximar e conversar com ela. Olá, você pode me dizer seu nome? (alguns segundos depois Spencer grita, e pelo barulho, seu corpo e o gravador caíram no chão).”

2:44am Charlie: “Eu encontrei o Spencer desmaiado no chão do corredor e o gravador junto a ele, pelo que escutei no gravador ele encontrou um espírito de uma menina. Ele não é médium e não esta preparado para ver o que certos espíritos tem pra mostrar, a energia aqui é muito maligna, muitos espíritos ruins vivem aqui e nunca se sabe o que pode encontrar. Vou ficar com Charlie aqui até ele acordar.”

4:09am Charlie: “O Spencer acordou minutos atrás, disse que ouviu uma voz o chamando pelo nome e afirma que foi Billie, estamos escutando alguns barulhos do quinto andar onde Billie esta. Spencer me disse que se assustou com a aparência da criança ela não tinha olhos e orelhas e perguntou se ele estava aqui para curar ela. Espíritos podem tomar a forma que querem, por isso temos que estar preparados para ver coisas horrendas. Por alguma razão as coisas nos últimos minutos tem ficado muito agressiva, estamos cercados por sombras, as portas e janelas estão abrindo e fechando, alguma coisa empurrou Spencer que esta aterrorizado. Nós vamos tentar prosseguir para uma área diferente nesse andar.”

4:32am Spencer: “As coisas estão um pouco mais calmas, nós estamos em um quarto grande onde Charlie diz que funcionava uma sala de cirurgia nos tempos da epidemia de tuberculose, esta será a ultima sala que vamos visitar, depois disso vamos embora.”

Charlie: “Eu estou vendo um jovem na mesa de cirurgia, estão operando o rapaz, ele esta aberto do tórax até o abdômen, seus braços e pernas estão amarradas à mesa ele esta gritando e tem muito sangue saindo da boca dele. Me parece que ele esta anestesiado, mas levemente, o sedativo não é muito forte. (Charlie começa a chorar) Ele esta sofrendo muito, posso sentir sua dor ele esta pedindo pra morrer, o médico esta removendo suas costelas, pela energia do médico e enfermeiras, eles estão muito angustiados. Sinto uma repulsa imensa, os espíritos que assombram esse hospital o querem destruir, estão revoltados por tudo que foi feito com eles. Um dos enfermeiros esta nos observando, ele me diz que sabe que esta morto mas se diverte vendo os espíritos sofrerem e disse que íamos nos juntar a eles em breve se eu fizer alguma tentativa de ajudar algum espírito a sair dali.”

5:20 am Charlie: “Vamos sair do prédio, acho que já tivemos provas suficientes de que este lugar é assombrado e nos sugaram toda a energia, preciso comer e descansar. Ainda vejo sombras andando e alguns espíritos. O espírito de um velho esta na porta de saída para as escadas, acho que não quer nos deixar sair, ele esta batendo a cabeça na porta repetidamente e esta sangrando. Vou me aproximar e abrir a porta. Spencer diz não ver ou escutar nada.” (Escuta-se um urro e Spencer no fundo acudindo o amigo, o ruído durou por alguns minutos).

Spencer: “Me parece que o Charlie foi atacado por um espírito, ele esta acordado mas disse que se sente muito franco e precisa descansar um pouco, a porta de saída para as escadas esta trancada, aparentemente não há chave, tentei arrombar mas a porta é de ferro e muito resistente, estamos sem refugio por agora.”

“O espírito que me atacou é de um senhor que morreu aqui um pouco antes do asilo ser fechado. Eu perguntei por que ele esta aqui e me disse que matou muita gente e que o prenderam aqui. Ele sugou um pouco da minha energia, mas consegui me livrar antes de um dano maior ser feito.

5:59 am Spencer: “Escutamos o Billie nos chamando e dizendo para ir embora, a porta da escada se abriu e já estamos no térreo, e entrada do prédio esta a minha frente, aparentemente somos os primeiros a sair. Fico imaginando onde o Billie esta porque se ele abriu a porta e nos chamou ele deveria estar aqui.”

Scott Mark e David Price – Térreo


9:55 pm David: Estamos tendo nosso primeiro contato espiritual, Scott esta conversando com uma mulher que era paciente do asilo mas ele disse que esta muito difícil conversar com ela pois ela não responde a suas perguntas.

Scott: Esta mulher esta muito perturbada, ela não é uma pessoa violenta, mas esta muito inquieta e não me deixa aproximar dela. A única coisa que me disse foi para ir embora e deixá-la em paz ou “eles” iriam acabar me internando aqui também. Eu perguntei a ela quem eram “eles”, ela sorriu e apontou para minha direção, quando eu olhei para trás eu vi uma sombra, era enorme e fazia movimentos bruscos pelo corredor, quando eu pedi para se mostrar e conversar comigo ela veio em direção a mulher e os dois desapareceram. Vamos continuar nossa busca na ala dos quartos, os espíritos mantêm uma conexão muito forte pelo quarto onde costumavam viver ou até mesmo morrer.

12:25 am Scott: Antes de ir para a parte dos quartos viemos até a cozinha e refeitório que eram mais próximos, tudo aqui esta muito quieto mas posso sentir espíritos aqui e até sinto cheiro de comida, por alguma razão eles não querem se mostrar ou conversar comigo. Eu consigo ver uma ou outra sombra aqui e ali, estou achando muito estranho, pois a maioria dos espíritos que vagam assim não sabem que estão mortos, portanto não há razão para esconder, isso significa que os espíritos que habitam essa parte estão consciente da morte. David, você anda muito calado.

David: Eu não estou me sentindo muito bem, minhas pernas estão muito fracas e mal consigo andar, parece que não descanso ha dias. O que é aquilo? Você viu?

Scott: Vi sim, que coisa horrível. Vamos lá, talvez ela fale conosco. Nós vimos uma senhora já muito velha muito pálida e meio acinzentada. Ela tinha corrente nos membros e sangue na boca. Nós vamos correr para a ala dos quartos à procura dela.

David: Eu estou com muito medo Scott, eu não sou médium e nunca vi um espírito assim, olha estou todo suado e meu coração esta por saltar pela garganta.

Scott: Eu tenho pouca experiência, mas nunca um espírito tentou me machucar, não precisa ficar com medo. Vamos, estou sentindo uma energia muito forte vinda do lado onde ela apareceu.

David: Pra lá é a área dos quartos. Eu acho melhor cancelarmos a busca, eu estou me sentindo muito cansado.< Scott: Você não disse que precisa de muito material para a revista onde trabalha, vamos lá. 3:01 am Scott: Estamos na área dos quartos, a principio não pude ver nenhum espíritos mas depois de um pouco de meditação me conectei com vários espíritos de pessoas que morreram aqui. Muitos não sabem que estão mortos e muitos sabem, mas querem deixar o lugar. Em um dos quartos nós encontramos a senhora de idade que vimos na cozinha, ela morreu muito velha, quando eu entrei nesse quarto senti um cheiro muito forte de urina e sangue, era como se estivesse fresco. Aparentemente ela estava acorrentada na cama quando morreu e por dias estava deitada em sua própria urina, pelo que eu posso ver o sangue vem dos braços e pernas por onde esta amarrada e também pela boca, pois um pouco antes da morte ela arrancou sua própria língua com os dentes. A alma dela esta muito atormentada e angustiada. Na hora de sua morte estava sozinha e somente depois de um dia foram descobri-la morta. Quando me viu pediu para não punir-la por ter saído do quarto. Eu tentei instruí-la para que ela possa se libertar, mas alguma coisa entrou no quarto e ela desapareceu. O David sentou em um canto ali e esta dormindo, eu estou achando que os espíritos estão lhe sugando a energia, eu estou me sentindo inseguro, pois não tenho muita experiência com lugares como este. 4:09 am Scott: Nos últimos minutos coisas muito estranhas tem acontecido, portas e janelas estão abrindo e fechando e estou vendo vultos por todos os lados. Eu acho que escutei o Billie em algum lugar, ou pelo menos parecia a voz dele. Eu já tentei acordar o David varias vezes, mas ele não responde, estou preocupado com ele, muitas pessoas são mais sensíveis e por serem despreparadas os espíritos se aproveitam para tomar conta, vou tentar de novo, precisamos sair do prédio o quanto antes. David, acorda, precisamos ir embora, David... Finalmente ele acordou. E ai tudo bem? Ta mais descansado? David, você esta acordado? Alguma coisa ta errada, ele esta de pé e com o olho aberto, mas não responde ao que eu pergunto. O que você esta fazendo cara? Larga isso David, não chega perto de mim... David: Mais almas para mim atormentar, não é bom? Scott: Deixa o corpo do meu amigo em paz, sai do corpo dele ou... David: Talvez, depois de te matar. (Escuta-se um estrondo e gritos. O grito de Scott é bem definido pela altura, barulhos de coisas batendo e arrastando pelo lugar tomam conta da gravação até que a voz de Scott aparece gritando com toda força dos seus pulmões). >Scott: *Ecce Crucem Domini! Fugite partes adversae! Vicit Leo de tribu Juda, Radix David! Alleluia! Espírito maligno, você está banido e excomungado, volte para as sombras que é seu lugar de direito. Prepare-se para que a luz te atire de volta no abismo. (Os gritos ao redor ficaram mais altos, podia-se escutar homens mulheres e crianças, todos gritando em um coro de terror depois de alguns minutos tudo ficou silencioso novamente e a voz de Scott esta próxima do gravador). O David foi possuído por um espírito, ele pegou um pedaço de um vidro e me atacou, estou com um corte no meu ombro esquerdo, esta sangrando muito. Ele esta desmaiado, vou carregá-lo até o carro. A saída é muito longe daqui e com todo o entulho no caminho vai demorar para chegar lá. Um espírito de luz esta conversando comigo, disse para eu sair daqui rápido, pois o prédio esta tomado pelas trevas e não é seguro ficar aqui, ele vai tentar me proteger.

6:04 am Scott: Acabo de sair do prédio, Charlie e Spencer que já estavam aqui me ajudaram a colocar o David dentro do carro. Ele não se move, esta dormindo profundamente. Gritamos por Billie e Tom, mas ninguém respondeu. Vamos orar por eles, nesse momento é tudo que eu podemos fazer.

*Eis a cruz do Senhor! Fugi forças inimigas! Venceu o Leão de Judá, A raiz de David! Aleluia!

Billie Mason – Quinto andar


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8:17 pm “Depois de alguns minutos de meditação consegui conversar com vários espíritos. Muitos estão confusos e não sabe que estão mortos, outros sabem, mas dizem que estão presos. Quando eu pergunto por que estão presos eles desaparecem ou são levados por uma sombra. Estou desconfiado que algum espírito muito ruim ou até mesmo um demônio os esteja aprisionando aqui. Vou continuar caminhando por ai e vou entrar no quarto 502 por ultimo, primeiro quero fazer uma investigação geral.”<

11:30 pm “Eu posso garantir, esse é um dos piores lugares que já visitei. A energia das pessoas que morreram aqui é muito, muito ruim. Alguma coisa ou melhor dizendo, entidade, conecta um espírito aos outros, é como se uma não poderia existir sem a outra. Eu continuo tentando encontrar informações mas sempre que chega a hora de responder algo acontece. A cada passo que eu dou, sinto a energia negativa aumentando, esta ficando mais difícil de seguir adiante, vou diretamente para o quarto 502 onde dizem que varias pessoas se mataram nesse quarto pulando da janela ou se enforcando.

2:42 am “Estou no quarto 502 e finalmente descobri o que prende os espíritos aqui. Uma mulher que trabalhou como enfermeira aqui durante alguns anos quando tratavam a tuberculose se conectou comigo, ela me levou a um sala onde supostamente era um centro cirúrgico. Ela me mostrou uma cena chocante. Enquanto os pacientes estavam abertos na mesa de cirurgia um dos médicos preparava um ritual de magia negra, disse que ele era muito poderoso e gostava de escravizar espíritos para seu próprio divertimento. O ritual deveria ser preparado com o paciente ainda vivo, depois do ritual feito o médico colocava um pequeno embrulho com talismãs dentro do corpo e estava feito, o espírito do futuro falecido estaria aprisionado ao prédio e submisso aos mandos dele. Essa enfermeira era sua ajudante que se arrependeu de ter ajudado em tais rituais e saltou da janela desse quarto, para a sua má sorte a queda não a matou instantaneamente e o medico diabólico a levou para seu centro cirúrgico para “salvar sua vida”, porém executou o ritual imediatamente atando seu espírito como fez com os demais. Ela sofre muito por não poder se salvar ou salvar os demais. Quando o hospital fechou o médico executou o ritual para si próprio e se jogou dessa janela, tomando o controle de seus escravos.

4:05 am Billie:“Desde que soube dos rituais eu comecei a meditar e orar pelos espíritos, eu tentei conectar-me ao espírito do médico que pelo que a enfermeira me disse, comanda o lugar mas não tive sucesso. A energia negativa aumenta a cada minuto posso sentir algo muito ruim aqui e...”

Voz masculina desconhecida: “Estava me procurando? Bem, aqui estou, estou feliz por você e seus amigos se juntarem a nós. Eu vim cuidar de você pessoalmente, sinta-se lisonjeado, e enquanto a seus amigos tenho outros cuidando deles.”

“Existe um caminho muito melhor do que o que você esta seguindo, deixe essas pessoas em paz, se arrependa do que você fez e você poderá ser salvo.”

Voz masculina desconhecida: “E você acha que eu quero? Você é um estúpido, se acha muito forte e experiente e não passa de uma criança brincando com as coisas que você não entende, mas não se preocupe, eu vou te ensinar melhor.”

Billie: “Não tem nada que você tem pra ensinar que eu quero aprender.”

Voz masculina desconhecida: “Olhe nos meus olhos, como são profundos e tristes, tenho acumulado neles a tristeza de todos que eu matei e aprisionei. Você esta sentindo toda essa tristeza não esta?”

“Não, não, por favor não.” (Billie estava chorando, escuta-se o barulho do gravador caindo no chão, algumas coisas se arrastando, alguns ruídos que não se pode definir bem e depois disso o silencio).

O Reencontro

Tom abriu a porta de saída e encontrou Scott encostado em um dos carros, ele sorriu para o amigo momentaneamente até ver a marca de sangue na camisa.

“O que aconteceu com você?” – Perguntou Tom.

Scott contou tudo a Tom, e os quatro conversaram sobre suas experiências de terror naquele pequeno pedaço de inferno.

“São quase sete horas e nada do Billie, vamos atrás deles.” – disse Tom.

“Vamos, Spencer você fica aqui cuidando do David, Scott eu sei que você esta ferido, mas precisamos de você lá dentro.” – explicou Charlie.

“Sem dúvida nenhuma, nós precisamos reunir nossas forças para sair com vida.” – completou Tom já andando em direção à entrada.

Os três entraram no prédio e subiram as escadas até o quinto andar. Tom ia liderando o caminho.

“Algo não esta bem, o Billie esta aqui em algum lugar, posso sentir sua presença, mas uma energia negativa envolve meus sentidos fazendo impossível definir a energia que Billie me manda.”

“Vamos até o quarto 502, se algo aconteceu aqui, provavelmente foi lá.” – respondeu Scott.

Minutos depois os três chegaram ao quarto, Scott foi o primeiro a entrar, Charlie e Tom correram ao escutar o grito de terror que Scott deu. Ao chegarem à porta entenderam porque seu amigo gritou. Billie estava morto, se matou enforcado. Ele se pendurou com trapos velhos que havia no lugar. Os três choraram pela perda do amigo e parceiro de aventuras espirituais.

“Eu sei que ele nunca iria fazer isso em sã consciência. Alguma coisa o fez matar.” – disse Charlie andando em volta do quarto.

“Essa coisa teria que ser muito forte, pois o Billie era um médium muito poderoso, porém eu não duvido. Eu presenciei coisas aqui que eu nunca vi em outro lugar.” – completou Scott pegando o gravador de Billie do chão.

“E vocês têm razão, agora não temos tempo para muitas explicações, vocês precisam nos ajudar a sair do prédio, ou serei prisioneiro desse lugar para sempre e talvez vocês também.”

Os três se assustaram ao ver o espírito de Billie e de uma enfermeira que até então eles não conheciam. De alguma forma eles se sentiram em perigo, pois sabiam que se ali existia uma entidade capaz de aprisionar espíritos, ela deveria ser muito forte e eles estavam cansados, com fome e mentalmente despreparados para qualquer outro tipo de aventura. Tom olhou pela janela, o sol estava nascendo, a luz que tocava seu rosto o fez lembrar que nada era impossível com fé e perseverança, e isso o animou.

“Olhem pela janela senhores, a luz esta conosco, lembrem-se que por mais forte que essa coisa seja sempre existirá algo mais forte do lado do bem. Tenho certeza que espíritos de luz iram nos ajudar a sair daqui.” – disse Tom emocionado.

De repente tudo ficou escuro, todos olharam pela janela e viram-se cercados, milhares de sombras rodeavam o prédio por fora como um tornado em fúria. Gritos de horror altos como o som de um trovão tomaram conta do lugar.

Todos saíram do quarto e começaram a andar em direção as escadas, os espíritos da enfermeira e de Billie os seguiam. Scott viu pela energia dos dois eles sentiam medo e imaginou o tipo de força maligna operava naquele lugar. Ainda estavam no corredor dos quartos quando escutaram uma voz que soava como um estrondo.

“Vocês nunca sairão com vida daqui com vida.”

O médico louco estava em frente ao grupo, impedindo-lhes a passagem, Tom deu um passo à frente e começou uma oração.

“Tom eu sei que você é forte e experiente, mas você não pode o enfrentar sozinho”. – sussurrou o espírito de Billie.

“Talvez não, mas nós juntos tenho certeza que sim, junte-se a mim.” – respondeu Tom.

“Você tem certeza? Seu corpo pode enfraquecer.” – perguntou Billie.

“Rápido antes que seja tarde demais.” – disse Tom.

Tom respirou fundo, o espírito de Billie entrou em seu corpo. Os demais puderam ver uma luz emanando da fusão dos dois. Tom foi andando em direção ao médico que estava sorrindo, pois estava se divertindo com a situação, ele fixou os olhos em Tom e começou a balbuciar alguma coisa. Por um instante Tom o encarou, parecia que estava sendo hipnotizado pelo homem.

“Poupe suas mentiras, seu ódio e sua maldade, pois hoje não mais fará o mal. Volte para inferno, onde espíritos baixos como o seu estão.” – disse Tom ao médico.

A expressão do médico já não era a mesma, estava furioso se esforçava para tomar conta do corpo de Tom. Ele continuava a pronunciar seu encanto, mas notou que não teria sucesso. Tom levantou suas mãos que irradiavam luz e o médico começou a gritar. Aos poucos o grupo notou que médico foi perdendo suas forças e começou a desaparecer.

“Vocês nunca vão me tirar desse lugar e nunca vão sair, talvez eu tenha perdido minha força temporariamente, mas meus milhares de escravos vão te matar.” – gritou o médico desaparecendo.

Centenas de vultos negros que estavam rodeando o prédio agora entravam pelas janelas em direção ao grupo. Todos se abraçaram em um circulo, a enfermeira ficou no meio dos três e em uma só voz pediram ajuda aos espíritos. Scott olhou para o lado, um vulto negro voava em sua direção, ele fechou o olho e orou uma vez mais e escutou vários gritos de dor e medo. Quando ele abriu o olho viu que agora não somente vultos negros mas também brancos ocupavam o lugar. Os vultos brancos colidam com as sombras que se aproximavam do grupo, Scott entendeu que ali estava sendo travada uma batalha por suas vidas e agradeceu aos espíritos por vir ajudá-los, ele sorriu para os demais.

“Estamos salvos, mas temos que correr.” – disse Scott já correndo para as escadas.

Eles alcançaram as escadas e começaram a descer. Charlie estava assustado e impressionado ao mesmo tempo com a batalha, pois em seu pouco tempo de experiência nunca pensou que algo assim pudesse ocorrer. Quando finalmente chegaram ao térreo olharam a saída e se animaram, porém a batalha entre as duas forças se intensificou.

“Eles não vão me deixar sair eu posso sentir.” – gritou a enfermeira em meio do tormento

Quando estavam alcançando a saída, um dos vultos negros alcançou Scott e o arrastou violentamente por onde era a antiga recepção. Vários espíritos de luz foram ao seu socorro, mas as sombras os impediam de chegar até ele. Já um pouco distante do grupo a sombra o soltou e o envolveu. Scott levantou suas mãos e gritou:

“EGO to order vos , vado tergum ut abyssus.”

A sombra fez um barulho ensurdecedor e desapareceu. Scott se levantou pode alcançar novamente o grupo que assistiu a cena com terror, mas foram impotentes de ajudá-lo. Todos saíram do prédio, menos a enfermeira que não podia passar da porta, ela se sentia incapaz de fazê-lo. Tom, ainda unido a Billie voltou para dentro do prédio, seus amigos tentaram impedi-lo, mas ele seguiu em frente. Ao entrar no prédio ele orou pela enfermeira e pediu sua libertação. Um espírito de luz se aproximou deles.

“Eu sinto que seu arrependimento é verdadeiro, e você terá sua chance de desfazer seus erros e recomeçar.” – disse o espírito à enfermeira com sua voz melódica.

“Rápido, use meu corpo e eu te levo para fora, tenho certeza que eu vou agüentar.” – ordenou Tom.

Sem pensar duas vezes ela o fez, entrou no corpo de Tom que em segundos estava do lado de fora. Eles olharam para dentro e viram que o prédio estava silencioso como a noite e não mais viam a batalha sendo travada.

Spencer correu ao encontro dos demais preocupado por não ver Billie. Tom caiu no chão de fraqueza, toda a batalha e dois espíritos ocupando seu corpo sugaram toda sua energia. Ele abriu os olhos para ver Billie e a enfermeira caminhando e desaparecendo em direção ao sol. E enquanto ao prédio, centenas de espíritos os observavam das janelas.

David saiu do carro ainda muito fraco e se juntou aos demais que contaram tudo o que aconteceu. Os cinco fizeram uma promessa de um dia voltar e libertar todos os espíritos aprisionados ali, mas isso já é uma outra história...

*2 – Eu te comando, volte para o inferno.